quarta-feira, 12 de agosto de 2009

OS CRIMINOSOS DA GRIPE


Deveremos julgar quem transmite o vírus da gripe deliberadamente? Temos o hábito de julgar quem transmite doenças infecto-contagiosas deliberadamente?

Esta é uma situação bastante complicada, mas a lei nestes casos é bem explícita e quem intencionalmente contagia outro deve ser condenado por isso, uma vez que ninguém deve ser sujeito a doenças potencialmente perigosas, crónicas, debilitantes ou até mortais deliberadamente. Cabe aos nossos serviços de saúde denunciarem os casos em que estas situações se verifiquem. Os próprios cidadãos podem também divulgar determinados caos que conheçam.

Esta situação para além de consistir num acto de negligência e egoísmo puro constitui um crime, já que se a doença contagiada levar à morte da outra pessoa trata-se de um homicídio.

Convém não assustar as pessoas e tenho a certeza que o objectivo da ministra da saúde ao denunciar esta situação foi pedagógico e não recriminar. As pessoas devem estar alerta e quem estiver doente deve dirigir-se aos serviços competentes e tentar minimizar ao máximo os impactos nos outros da sua doença.

Qualquer pessoa com sintomas de gripe deve em primeiro lugar ligar para a saúde 24 e ai explicar toda sua situação. A partir dai será encaminhada devidamente e com todo o cuidado que a sua situação merece. A pessoa deve evitar dirigir-se para um grande hospital ou para um centro de saúde recheado de utentes a quem poderá espalhar a doença. Isso sim é um comportamento negligente e criminoso.

Temos também todos os outros que não ligam para a saúde 24, não se dirigem aos serviços de saúde e que não ficam em casa até estarem melhores e continuam a trabalhar e andar pela rua normalmente como se nada fosse. Esses sim são os grandes incumpridores e são situações destas que devem ser evitadas. Temos de confiar nos nossos serviços de saúde e acatar as suas recomendações. O tratamento de uma gripe é rápido e muitas vezes a pessoas nem necessita de ficar em casa. Se se tratar da gripe A, a pessoa tem de ficar de quarentena alguns dias, mas após esse período poderá regressar à sua vida normal, sem qualquer limitação ou consequência.

Sejamos responsáveis e conscientes. A saúde de toda uma população depende de cada um de nós.

OS CORPOS VÃO, O GÉNIO FICA


Este fim-de-semana morreu um dos mais brilhantes actores portugueses de todos os tempos. Um actor fantástico, profissional, dedicado, brilhante, que passou a sua vida a fazer rir e a entreter os outros, pelo que o mínimo que podemos fazer é lembrá-lo e aplaudi-lo.

A sua obra vai perdurar e sempre o vamos lembrar como um profissional dedicado, que tinha como seu grande objectivo representar e dar aos outros um bocadinho do que melhor sabia fazer. Marcou uma época e neste momento existem poucos como ele. Os actores actuais devem olhar para o Solnado como uma referência, pois ele foi tudo o que um grande profissional deve ser. Virtuoso em palco, ciente da sua grandeza, mas pequeno na sua vida diária e sempre humilde.

Não podemos considerar esta perda como um fim de ciclo, mas sem dúvida que daqui para a frente ficamos desfalcados de um grande profissional. Temos outros muito bons e muitos irão surgir, mas o senhor Raúl Solnado é inigualável e ninguém por mais que tente consegue ser como ele. Consegue ser semelhante ou muito parecido e cada um com as suas qualidades também serão com certeza relembrados, agora imitar o Raúl é praticamente impossível.

Uma grande salva de palmas e até sempre.

POLÍTICOS NAS MALHAS DA LEI


São vários os políticos que têm sido condenados ao longo dos anos e são vários aqueles que têm processos judiciais pendentes. O que os une na sua grande maioria é que os seus cargos se mantiveram ou na melhor das hipóteses foram suspensos temporariamente mas logo que puderam regressaram à vida política activa.

A política é uma área bastante exposta, onde se lida directamente com as pessoas e as suas vidas, sendo por isso as responsabilidades redobradas. Para além disso é muito o dinheiro envolvido, pelo que na minha opinião a regulação tem de ser apertada e as condenações exemplares. Os políticos não podem sair impunes das suas “maroscas” e dos seus crimes. Devem ser condenados como todos os outros a penas de prisão efectivas para reterem nas suas mentes o que é estar preso. Não basta ser condenado e depois ver a pena suspensa ou reduzida a umas multas e trabalho comunitário.

Para além disso quando falamos de condenações defendo que esse político deva ser suspenso do cargo e que nunca mais possa ser candidato a nenhum cargo público. Quem incumpriu uma vez tem tendência a voltar a incumprir e como se tratam de lugares e dinheiros públicos, o mais sensato é afastar de vez essas pessoas do domínio público, evitando as confusões e a desconfiança do povo.

Outro aspecto que merece alguma atenção é facto dos processos que estão a decorrer e se esses políticos podem ou não ser candidatos a eleições. A resposta imediata é de que deveriam poder, pois uma pessoa que está a ser julgada não está condenada e até que tal aconteça deve considerar-se inocente, logo deverá poder comportar-se como uma pessoa normal, com todos os direitos inerentes. Mas estamos a falar de cargos públicos, pelo que o mais correcto e sensato será essa pessoa não se candidatar e de acordo com o grau de suspeições assim se deverá aplicar este pressuposto. Apesar de não existir qualquer condenação será mais prudente não se candidatarem a nada e assim que a sentença seja proferida já poderão regressar à vida política sem qualquer problema ou então ficarem afastados de vez.

No meio de tudo a única coisa que me desagrada imenso é o sentimento de impunidade que alguns políticos têm. Acham-se superiores a tudo e a todos e não têm respeito por ninguém nem pelas instituições. Andam sempre de “papo inchado” a enfrentar tudo e todos. Esses sim devem ser banidos e nunca mais serem autorizados a regressar à política. Coitados dos outros, de “papo menos cheio”, que muitas vezes não têm culpa nenhuma e que acabam por ficar com as culpas das negociatas levadas a cabo pelos patrões, pelos “senhores do colarinho engomado”. Vamos acabar com as suspeições e impunidade. Pede-se justiça e transparência. É disso que o país precisa.

O RENASCER DA CENSURA


Estamos em 2009, em plena época pré-eleitoral e parece que querem fazer ressurgir a censura, ou pelo menos temos alguém que se acha com poderes para o fazer.

A última ideia da Entidade Reguladora para a Comunicação Social é fazer desaparecer dos ecrãs todos os comentadores políticos que fazem parte ou fizeram parte de algum partido político, ou que mesmo estando afastados da política activa são conotados com um determinado partido. Segundo a Entidade Reguladora a questão põe-se porque só os maiores partidos é que costumam estar representados nas televisões e que ou se dão oportunidades a todos ou então não se dá a nenhuns.

O princípio parece justo e ético, mas se olharmos com mais atenção revela-se um verdadeiro disparate. Infelizmente e por diversos motivos salvo em épocas especiais como as eleitorais não é possível dar a palavra a todos os partidos. Têm que se privilegiar os partidos com assento parlamentar em relação aqueles que representam meia dúzia de apoiantes e se formos a ver, todos os partidos com assento parlamentar estão representados nas principais estações de televisão.

Penso que é unânime da esquerda à direita que esta situação não deve passar da fase da ideia. É o mais lógico. Nada faz justificar que por ser época de eleições as estações televisivas tenham de mexer nas suas grelhas só porque alguém quer. São programas que acontecem ao longo de todo o ano e que são plurais e diversificados dando a palavra a todas os conceitos e ideologias.

O tempo da censura política já lá vai e não podemos considerar que esses programas sejam campanha eleitoral, mas se o considerarem é campanha para todos os principais interessados. E perdoem-me os pequenos partidos, mas depois da ascensão do bloco de esquerda é muito difícil que o mesmo aconteça com outro pequeno partido, logo não vejo nenhum problema nesse tipo de programas. Como estamos em época eleitoral as estações têm o direito de antena e outros programas em que dão a voz aos pequenos partidos, pelo que ninguém tem motivos para amuar. Vamos continuar como está em prol da liberdade de expressão. Não vivi na época em que não havia liberdade, mas sempre ouvi histórias desse tempo, sendo que não pretendo que em pleno 2009 pretendam voltar a limitar os “media” com decisões sem sentido.

O VERDADEIRO SENHOR TELEVISÃO


A televisão deve movimentar muito dinheiro. Os seus directores de programas e outros directores são tratados como verdadeiros lordes, com ordenados dignos dos melhores gestores do país.

Parece óbvio que estou a falar da TVI e do seu ex-director geral Eduardo Moniz. A sua saída da estação de Queluz traduziu-se num enorme encaixe financeiro acompanhado de um novo e excelente emprego na empresa que supostamente está interessada em adquirir uma percentagem da estação. Em tempos de crise os números envolvidos parecem-me exorbitantes e indecentes, tendo em contas a generalidade da população portuguesa trabalhadora.

Não posso negar que nos últimos anos a TVI cresceu muito e tornou-se uma referência dos “media” em Portugal e muita dessa ascensão deve-se ao seu ex-director geral. Passou de uma estação em crise, com poucas audiências e com uma grelha bastante duvidosa, para uma estação de sucesso, com audiências e passou sobretudo a ser uma televisão de massas como nunca se viu em Portugal. Revolucionou a ficção em Portugal e deu um grande impulso aos nossos novos actores a quem faltavam oportunidades.

Muito se tem falado do ódio entre a estação de Queluz e o nosso primeiro-ministro e que têm existido pressões do governo para que o director-geral fosse afastado do cargo de forma à linha editorial ser alterada. Será que esta mudança tem dedo do governo? Penso que não, mas mesmo assim vem numa altura complicada, podendo levantar algumas suspeições.

Um meio de comunicação social deve ser plural e procurar sempre a verdade dos factos. Não é só uma pessoa que manda. São várias as cabeças por detrás dos conteúdos e para além disso cada jornalista tem de se reger de acordo com o seu código de ética e conduta moral. Não é com saída de um director que a linha editorial vai mudar, pelo menos é isso que todos esperamos. Espero que a TVI mantenha a mesma linha independentemente do director escolhido, senão as suspeitas são válidas. Não é que eu goste da grelha e linha editorial da TVI, mas será coerente a manutenção da estrutura.


No meio desta revolução só falta saber se a Manuela Moura Guedes vai ficar na TVI ou se é desta que ela é afastada de vez. Se calhar até já lhe arranjaram um lugarzinho na nova empresa do marido…

AS LISTAS DA MANELA


Precipitar o fim ou fim precipitado?

É difícil fazer previsões acerca deste tema, mas para quem vê de fora, as listas do PSD revelam erros graves, grandes amizades e pouca razão na hora da escolha.

Toda a gente sabe que a vida política é feita de amizades e que são sempre os amigos ou os amigos dos amigos, ou os amigos dos amigos dos amigos, que são escolhidos para ocupar cargos, mas ninguém esperaria que a actual líder social-democrata optasse por esse caminho, já que ela sempre batalhou pela honestidade e clarividência de escolhas e raciocínios.

Desta vez não compreendo o raciocínio. Não era disto que eu estava á espera. Faltam nomes na lista e não esperava tanta renovação. Será que a bancada é assim tão má? Não me parece. Dá-me ideia que a líder quer lá colocar os seus peões para não ter grandes problemas, mas se ela não ganhar as eleições, o que é o mais provável, o feitiço pode virar-se contra a feiticeira e a precipitar a sua saída do partido.

Um líder partidário, independentemente das suas amizades, deve ter a clarividência necessária para colocar as pessoas correctas em determinados lugares. Pode dar espaço aos seus amigos, mas não deve esquecer totalmente os outros. Esses outros são excelentes guerreiros e têm muita gente do seu lado, que quase de certeza se vão virar contra a líder, não nas eleições mas internamente. Se as eleições correrem bem a coisa até que se compõem, mas se correrem mal o descontentamento vai ser generalizado.

Já se começam a ouvir bastantes vozes contra a líder o que não é nada bom em tempo de eleições. Nesta fase o partido deveria estar completamente unido em torno de objectivos comuns, que parecem não existir e neste momento cada um rema para seu lado. Quem vai sofrer com esta estratégia é o partido. Vamos ver como as coisas correm, mas desde já me parece que a estratégia seguida pela líder não é a correcta e não nesse PSD que as bases se revêem. As bases querem um PSD íntegro e plural. Integridade foi sempre transmitida pela líder e é um dos seus pontos fortes. Agora parece-me que em termos de pluralidade está a faltar muita coisa.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

O GRANDE BILL


Grande trabalho aquele que foi desenvolvido pelo ex-presidente dos EUA Bill Clinton. Já há muito tempo que nem ouvia falar dele, ou pelo menos falar dele como protagonista, já que nos últimos tempos tem sido a esposa a protagonista da família. Nem a Mónica tem protagonismo. Apenas ouvimos falar da Hillary e da sua agenda como secretária de estado dos EUA e do Bill como seu marido. De uma situação de primeira-dama passámos a uma outra onde quem tem o poder é a mulher. Pelo menos fora de casa, já que lá por casa não sabemos quem mandará. A Mónica não será certamente.

Mas falando do último feito do ex-presidente, esse sim merece destaque, pois foi o seu esforço diplomático que conseguiu a libertação de duas jornalistas Americanas que tinham sido condenadas pelo rigoroso e duro regime da Coreia do Norte. Não sei qual o grau de amizade do ex-presidente com os responsáveis da Coreia do Norte ou que estratégias foram utilizadas, mas o que é importante é que o esforço resultou e as jornalistas regressaram aos EUA.

Quando se fala da Coreia do Norte o mundo treme, pois nunca se sabe muito o que se passa por lá, nem qual o verdadeiro poder do país. Mas não se fala só de guerra e de armas, mas também da fome e da miséria que encontramos um pouco por todo o país. Enquanto os governantes vivem luxuosa e sumptuosamente e gastam o pouco que têm em armas, as populações passam necessidades e muitas vezes nem um pouco de arroz para comer têm.

São estes os governantes que queremos? É este o regime mais apropriado? Claro que não. E tenho a certeza que mesmo aqueles que defendem regimes semelhantes, não se revêem no regime Norte Coreano. Já é tempo de mudança e os Norte Coreanos anseiam por ela há muito tempo, mas esta parece tardar ou não ter forças suficientes para acontecer. Vamos ver se com a doença do ditador as coisas vão mudar um pouco e degrau a degrau se vá construindo um regime melhor, que vá ao encontro das necessidades da sua população e não se preocupe apenas com armas, guerras e afrontar o mundo. A situação das duas jornalistas talvez tenha sido um pequeno passo dos muitos que têm de ser dados rumo à abertura e ao progresso.

MUITO SOFRIDINHO


O Sporting lá passou mais uma eliminatória, mas a coisa esteve muito difícil. Houve sofrimento até ao último minuto e de certeza que os corações de muitos Sportinguistas bateram muito durante todo o jogo. Até eu que não sou adepto do Sporting e cada vez menos do futebol sofri ao assistir á segunda parte do jogo. Acho que esta vitória do Sporting foi uma alegria para todos os portugueses independentemente da sua filiação clubística. Sempre que temos equipas portuguesas nas competições europeias devemos apoiá-las e ficar contentes com os seus feitos.

Mas uma coisa é certa, a exibição do Sporting foi muito fraquinha e não deixa antever nada de bom para os desafios que se avizinham. A qualidade do futebol desenvolvido foi muito fraca, falta muita velocidade e entrosamento entre os jogadores sobretudo do meio campo para a frente. A defesa parece para já a área mais eficaz da equipa, sendo que os jogadores desta área bem como todos os outros precisam de minutos nas pernas. A competição está aí à porta e para além do campeonato têm o Play-off de acesso à Liga dos Campeões e aí o adversário será bastante mais complicado que o Twente, pelo que ou o Sporting muda a curto prazo a sua maneira de jogar ou este ano vamos ter apenas uma equipa portuguesa na Liga dos Campeões.

Não sou daqueles que acham que o Sporting tem má equipa ou de que necessita de muitos reforços. Eu sou um fã da equipa do Sporting no aspecto de que são únicos com uma grande percentagem de jogadores da formação na equipa principal e isso para mim é de louvar e constitui um grande valor. A qualidade dos jogadores do Sporting é inquestionável, mas dá-me a entender que por vezes falta a parte mental e que o balneário não é muito forte psicologicamente, deixando-se abalar com as noticias acerca da alegada saída de alguns dos seus principais jogadores que nunca se chegaram a concretizar, nem se vão concretizar a não ser que esses jogadores despontem de vez e façam uma excelente época. As vedetas têm de se mentalizar que têm de ser sempre bons e não basta fazer dois ou três jogos excelentes. As grandes equipas querem jogadores que façam excelentes épocas e isso ainda não acontece com os craques do Sporting. Esta equipa com mais rotinas e força de grupo e um ou dois reforços para posições fulcrais pode dar muito que falar.

AS TESES DA VERGONHA


Pois é, parece que hoje em dia ter um Mestrado ou um Doutoramento não significa esforço, dedicação e sabedoria. Não significa ser o melhor, mas sim ser o mais esperto ou ser o que tem mais dinheiro que pode gastar para lhe fazer uma tese completa. Ao que isto chegou. Já nem na área académica temos verdade e conhecimento. Muito do conhecimento que se faz por esse país fora saí das mentes de dois ou três, mas são dezenas aqueles que ficam com os louros e com os títulos.

A notícia que saiu no Expresso da semana passada deixou-me muito triste, pois esta situação só revela a fraqueza dos portugueses e o facilitismo que impera por aí fora. Não posso dizer que fui apanhado de surpresa, porque eu próprio já fiz um pequeno trabalho de investigação com necessidade de tratamento estatístico dos dados e sei de muitos colegas que pagaram algumas dezenas de euros só para lhes efectuarem essa análise estatística. Agora pagar a alguém para fazer uma tese inteira, isso não me cabe na cabeça. É óbvio que nem todos nós somos barras a estatística e muitas vezes os programas a utilizar nestas situações são muitos específicos, pelo que compreendo que se pague a um profissional da área para se obter alguma ajuda com a parte estatística, agora com a parte da discussão e conclusão, ou com a fundamentação teórica do trabalho isso é impensável.

A parte fulcral de uma tese de doutoramento e de mestrado é a sua análise, e a pesquisa que esteve por detrás da tese, as conclusões que se podem tirar e a discussão que se faz, sendo que todo esse trabalho deve ser do investigador, deve ser da pessoa que deu muito do seu tempo para conseguir construir aquele trabalho. Não vale pedir a outros para fazerem esse trabalho, uma vez que é isso que vai diferenciar aquela tese, que vai transmitir o cunho do investigador e as suas vivências. Se a compra acontece aquela tese não é verdadeira, já que não tem nada a ver com aquela pessoa que diz que a construiu. Essa pessoa apenas lhe dá o nome, uma vez que o tronco da tese não foi feito por si.

Penso que o que se passa em Portugal é que todos os licenciados querem ser mestres ou doutores não porque têm conhecimento para isso ou vontade, mas sim porque socialmente é bonito ou porque é um escape face ao desgosto em relação às suas profissões. Cada vez mais se vêm mais pessoas de uma determinada área a tirarem mestrados e doutoramentos em áreas diametralmente opostas às da sua formação base e não fazem por gostarem dessa nova área, mas sim porque querem ser mestres e doutores a todo o custo.

Não é nestes pressupostos que assenta a formação académica. Nem todos os licenciados têm de ser mestres e doutores, e as pessoas que não conseguem chegar a esta fase não se devem sentir diminuídas porque o importante é ser bom e competente naquilo que se faz diariamente, pois isso sim nos caracteriza e nos diferencia dos outros. De que me vale tirar um mestrado numa universidade ou instituto da treta que só quer o dinheiro das minhas propinas, que não se preocupa nada com a qualidade das teses e da investigação que se faz. Para mim isto não vale nada, mas para muitos vale e desta forma as pessoas continuam a enganar-se a elas próprias e a enganar os outros.

Infelizmente a nossa sociedade está assim e o status social é mais importante do que a dignidade e enquanto houver poder de compra, pelo menos para alguns, de certeza que este negócio das teses de doutoramento e de mestrado vai continuar a proliferar imperando a mentira no mundo académico, sendo que aqueles que o fazem com o seu esforço e suor acabam por ser comparados com os cábulas que o fazem através da mentira.

VACINA H1N1


Parece que os primeiros lotes do novo “Blockbuster” da indústria farmacêutica acabaram de ser produzidos e a OMS atesta a segurança do novo produto, que todos esperam ser seguro e eficaz, mas dado o tão curto período de investigação e desenvolvimento do produto, é sempre complicado afirmar com segurança que estamos perante um produto completamente seguro.

Mas por outro lado não podemos dizer que o produto é inseguro, ou que não deverá ser administrado. Deve haver confiança nas farmacêuticas que ao longo dos anos foram produzindo vacinas com uma enorme taxa de sucesso. Para além disso temos de confiar no trabalho de regulação levado a cabo pela OMS, que tem o contributo de cientistas de renome de todo o mundo, que não têm como objectivo os lucros mas sim o bem-estar das populações.

É óbvio que nos próximos meses a vacina ainda vai ser aperfeiçoada e se calhar daqui a um ano aquilo que estará à venda será diferente do que está á venda actualmente, mas isso não significa que esta não seja boa, mas sim que foram feitos mais estudos, que o conhecimento acerca do vírus aumentou, logo toda essa investigação tem de conduzir ao aperfeiçoamento das vacinas, com a certeza de que estas serão cada vez mais eficazes.

As populações estão alarmadas com toda esta situação do H1N1 e com isso fazem com que os governos fiquem preocupados e que queiram a todo o custo vacinar as suas populações, independentemente dos custos envolvidos. Será impossível vacinar toda a gente pois a capacidade de produção nunca o permitiria, mas vão-se poder vacinar muitos milhões de pessoas e sem dúvida que os lucros que se vão obter vão compensar o muito que se gastou em investigação. A investigação é um processo muito moroso e onde se gastam muitos milhões de euros, mas a partir do momento em que o produto dessa investigação se torna um sucesso de vendas, todos esses gastos acabam por se transformar em lucros e com isso ganhamos todos nós, uma vez que o dinheiro disponível para investigação é maior.

Não tenho pena das farmacêuticas nem dos seus accionistas. Estes também vão lucrar. Mas prefiro pensar que com uma parte desses lucros se vai financiar a investigação e que se podem abrir novas linhas de tratamento em diversas doenças, que por vezes por falta de fundos não sofrem grandes desenvolvimentos.

Vamos ver como é que a vacina se vai comportar e quando esta estiver disponível em Portugal já teremos mais dados disponíveis acerca da sua eficácia e segurança. Será que neste caso compensa sermos pequeninos e com poucos recursos financeiros? Não podemos ver as coisas assim, mas sem dúvida que estes meses de comercialização nos darão mais informações que neste momento não existem.

POLÉMICA JOANA AMARAL DIAS


Nos últimos tempos muito se tem falado acerca do convite endereçado pelo partido socialista à bloquista Joana Amaral Dias para que esta integrasse as suas listas às legislativas por Coimbra. Neste caso penso que se tem falado de mais e está-se a dar importância e relevo a uma situação que o não tem. Se efectivamente existiu o convite que mal é que isso tem? Não vejo nenhum mal, já que o PS pode convidar quem quiser, inclusive a mim e a Joana pode aceitar o convite de quem lhe interessar, inclusive o meu para integrar as minhas listas cá de casa, mais que não seja as minhas listas de compras.

Fez-se um problema onde ele não existiu e como vivemos numa sociedade plural e supostamente aberta, acho que ninguém leva a mal que os partidos tentem recrutar elementos que já estiveram noutras fileiras e noutras lutas. São esses elementos de mudança que muitas vezes ajudam a atrair o voto, tão necessário nas próximas eleições que se avizinham. Será que a estratégia foi mesmo essa? Não me parece, uma vez que a bloquista tem estado um pouco afastada das lides partidárias e neste momento não goza de um grande reconhecimento no partido, mas sem dúvida que se o PS a recrutasse, esta seria uma tremenda mais-valia. Só a sua imagem valorizava logo a campanha socialista e tenho a certeza que nenhum homem deste país seria indiferente a isso. Pelo menos ninguém recusaria panfletos com a cara da candidata.


Brincadeiras à parte, espero que esta polémica tenha passado e vamos ver por que exército é que a bloquista vai alinhar. Cá para mim não vai alinhar por nenhum, mas só o tempo o dirá.

terça-feira, 28 de julho de 2009

LOUCURA CRISTIANO RONALDO


E desta foi de vez. Mesmo sem a Nereida o Cristianinho do Funchal lá se transferiu para o Real De Madrid mais uma vez presidido pelo lunático Florentino. Parece que este senhor ainda não percebeu que não é com 4 ou 5 vedetas que se ganham títulos. O que é preciso é que se tenha uma equipa que trabalhe a 100% e não dois ou três jogadores que trabalhem a 100% e os outros a 50%. Sim porque com o que ganha o Ronaldo e o Káka, os outros bem podem dizer para eles jogarem sozinhos já que ganham várias vezes o seu ordenado.

Não discuto a qualidade futebolística dos jogadores, mas o que foi pago pelo Cristiano é uma loucura e tendo em conta a época em que vivemos não se devem cometer loucuras destas. Este é um mau exemplo de gestão e por muito que digam que o investimento é recuperado dentro de 5 anos, a moça no clube está feita. Mas que não seja desfazer o já débil balneário. Muitas estrelas juntas nunca dão bom resultado e o Cristiano estava habituado a ser umas das principais e a ser um dos que comandava o balneário de Manchester. Será que ele se vai habituar a ser o número 4 ou 5 do balneário? Vamos ver, Parece que já se habitou ao 9 da camisola…Mas o que ele preferia mesmo era o 7, Como o velhinho Raul é dono do 7 lá teve de se contentar com o 9.

O Cristiano é bom jogador, mas não é assim tão bom como o fazem querer pensar que é. É um jogador muito trabalhador, dos mais empenhados nos treinos, interessado em trabalhar e evoluir, mas já perdeu algum do virtuosismo que o caracterizou e digam o que disserem, neste momento o Messi é o jogador mais virtuoso e fundamental do futebol mundial. Vamos ver que resposta é que Cristiano vai dar à pressão do Santiago Bernabéu, que em nada se compra à pressão que ele tinha em Inglaterra. A noite de Madrid também é muito diferente e mais mexida, com mais animação, com mais coisas para fazer, com sangue mais quente a correr nas veias das “chicas”. Vamos ver como se vai portar.

Por último quero referir o excesso com que as televisões, em especial a SIC, acompanharam a apresentação do jogador em Madrid. Já aquela apresentação foi uma loucura e não me cabe na cabeça uma coisa daquelas. Depois as televisões nesse dia não falaram noutra coisa. Foi nesse dia, nos dias anteriores e nos dias a seguir. Não devemos dar tanto protagonismo a uma pessoa só. Nenhuma pessoa por si só justifica várias horas de emissão a seu respeito. Penso que foi um acompanhamento excessivo. Tudo bem que se trata de um português de sucesso, mas temos tantos outros que nunca ninguém ouviu falar e no entanto dão cartas no exterior. Temos tantos cientistas portugueses consagrados por esse mundo fora. Alguém ouviu falar deles? Não, porque isso não vende, o futebol é que vende, o futebol é que desperta as massas. Temos de inverter esta tendência…..

CUIDADO COM O VERÃO


Nunca é de mais tecer algumas considerações acerca dos malefícios do Sol e dos seus efeitos para a saúde e faço-o não porque as pessoas não sabem, mas porque são inconscientes e esquecem deliberadamente. É incrível que nos dias de hoje com a quantidade de informação disponível que se vejam pessoas na praia estendidas ao Sol com o corpo todo vermelho. Até dói só de ver. Há que ter um pouco mais de responsabilidade porque nem só aos outros acontecem as fatalidades. Infelizmente todos estamos sujeitos a elas e quando menos esperamos lá caímos nós no desespero dos problemas de saúde.

O Sol (do latim Sol) é a estrela central do solar. Actualmente, sabe-se que em torno dele gravitam pelo menos oito planetas, três planetas anões, 1.600 asteróides, 138 satélites e um grande número de cometas. A sua massa é 333.000 vezes a da Terra e o seu volume 1.400.000 vezes. A distância do nosso planeta ao Sol é de cerca de 150 milhões de quilómetros. A luz solar demora 8 minutos e 18 segundos para chegar à Terra.

O Sol emite radiação ultravioleta, sendo que a radiação ultravioleta (UV) é a radiação electromagnética ou os raios ultravioletas com um comprimento de onda menor que a da luz visível e maior que a dos raios X, de 380 nm a 1 nm. O nome significa mais alta que (além do) violeta (do latim ultra), pelo facto que o violeta é a cor visível com comprimento de onda mais curto e maior frequência.

No que diz respeito aos efeitos na saúde humana e no meio ambiente, classifica-se como UVA (400 – 320 nm, também chamada de "luz negra" ou onda longa), UVB (320–280 nm, também chamada de onda média) e UVC (280 - 100 nm, também chamada de UV curta ou "germicida"). A maior parte da radiação UV emitida pelo sol é absorvida pela atmosfera terrestre. A quase totalidade (99%) dos raios ultravioletas que efectivamente chegam à superfície da Terra são do tipo UV-A. A radiação UV-B é parcialmente absorvida pelo ozono da atmosfera e a sua percentagem que chega à Terra é responsável por danos na pele. Já a radiação UV-C é totalmente absorvida pelo oxigénio e o ozono da atmosfera.

Um dos maiores problemas da absorção de radiação ultravioleta é o cancro de pele, que a cada ano aumenta o número de casos. É o tipo de cancro mais frequente nos indivíduos de raça branca (caucasiana). A exposição excessiva ao sol é considerada a causa mais frequente de cancro da pele (cerca de 90 por cento dos casos). Os tipos de cancro da pele mais frequentes são o Basalioma ou carcinoma baso-celular, o Carcinoma espinho-celular ou pavimento-celular e o Melanoma maligno.

O melanoma maligno é o cancro da pele mais perigoso e um dos tumores malignos mais agressivos da espécie humana. Origina-se a partir dos melanócitos da epiderme, células responsáveis pelo fabrico do pigmento natural (melanina) que dá a cor bronzeada à pele. Atinge grupos etários mais jovens que o basalioma e o carcinoma espinhocelular. Ao contrário do basalioma ou do carcinoma espinocelular, que estão relacionados com a exposição crónica ao sol, o melanoma maligno parece estar mais associado à exposição solar intermitente, aguda e intempestiva, muitas vezes acompanhada de queimaduras solares ("escaldões"), especialmente quando ocorridos em idades jovens.

Este pode surgir sobre pele aparentemente sã, em qualquer parte do corpo ou sobre sinais preexistentes. O aspecto inicial do melanoma é variado, mas caracteriza-se, habitualmente, pelo aparecimento de um pequeno nódulo ou mancha, de cor negra de alcatrão, sobre pele aparentemente sã ou sobre um sinal já existente. O tratamento é quase sempre cirúrgico e, quando efectuado nas fases iniciais, em que o tumor ainda é muito fino (espessura inferior a meio milímetro), atinge elevadas taxas de cura. Todavia, quando o tumor já é muito espesso (espessura superior a quatro milímetros), as probabilidades de cura ficam drasticamente reduzidas, existindo o risco eminente de metastização à distância. O diagnóstico precoce é, pois, fundamental.

Alguns sinais de alarme em relação ao melanoma maligno:
Surgimento recente de um sinal de cor negra em pele aparentemente sã;
Modificação de um sinal já existente;
Alteração do tamanho (crescimento recente);
Alteração da forma (contorno irregular);
Alteração da cor (negra, castanha, rosada);
Aparecimento de prurido (comichão);
Aparecimento de inflamação (vermelhidão);
Aparecimento de ulceração (ferida);
Aparecimento de hemorragia (sangra facilmente).

A grande maioria dos sinais da pele (nevos), quer de nascença quer adquiridos, é completamente inofensiva. Porém, existem alguns, com aspecto particular (nevos atípicos) que podem indicar um maior risco de vir a ter um melanoma. As pessoas com muitos sinais são aconselhadas a fazer o auto-exame da pele cerca de uma vez por mês. Em caso de dúvida, deve consultar um dermatologista.

E como prevenir continua sempre a ser o melhor remédio e aquele que é mais barato de todos, nunca é demais aconselhar as pessoas a não se exporem ao Sol nas horas críticas (entre as 12H e as 16H), quando forem obrigadas a isso devem proteger-se com protector solar e com boné. Nos casos de idas para a praia não se devem esquecer de aplicar o protector várias vezes, sobretudo após idas à água. Mas não esquecer que o protector apenas dá uma ajuda, não garantindo protecção total contra o Sol. O melhor é mesmo só nos expormos o mínimo possível não abusando. Como para tudo na vida devemos ter algumas regras.

DAVE MATTHEWS BAND


Esta é para mim uma das melhores bandas de todos os tempos e a minha banda favorita da actualidade. É difícil não gostar da sua música, sobretudo que gosta de música, quem é amante de música, quem faz música. Porque a Dave Matthews Band é apenas música em toda a sua genialidade e com toda a criação que é possível fazer em torno de uma simples melodia.

Esta é uma banda que não prima pela genialidade vocal mas sim por uma apuradíssima sensibilidade musical. A mais simples das suas músicas num concerto ao vivo pode se trabalhada durante vários minutos com uma qualidade apenas ao alcance de alguns, e estes músicos são dos melhores que temos actualmente no Rock e para mim os que dão melhores espectáculos ao vivo. Como diz o próprio Dave, uma música nova que agora tem 3 ou 4 minutos daqui a 2 ou 3 anos pode ter 10 ou 15.

Eles têm um novo trabalho que está muito bom e que aconselho a todos. Tive muita pena de não ter podido estar presente no concerto que deram no Optimus Alive, mas fico contente por ter estado no Atlântico na primeira vez que pisaram o solo nacional. Tenho a certeza que vão voltar mais vezes pois o público português foi dos melhores que eles já tiveram e eles próprios ficaram espantados com a recepção que tiveram no nosso pequeno país.

Aqui fica um pequeno post acerca de uma das melhores bandas de Rock de todos os tempos para aqueles que gostam de música. Continuem assim e espero voltar a vê-los por cá brevemente.

ERVA DE SÃO JOÃO (HIPERICÃO)


Nos últimos tempos muito se tem falado acerca das propriedades desta erva no tratamento da depressão. A depressão é uma das doenças do nosso século e cada vez mais pessoas necessitam de medicação para conseguir ultrapassar a situação. E para além do uso de medicamentos é sugerida a utilização do hipericão no tratamento da doença, sem no entanto explicarem os cuidados que se devem ter ou as pessoas que não devem tomar hipericão. Pelo que se ouve é uma erva sem riscos e que pode ser tomada por todos.

Mas isso é falso. Todas as ervas ou plantas medicinais têm os seus riscos e não devem ser tomadas por todas as pessoas indiscriminadamente. O que se passa é que existe um vazio de legislação que não obriga à divulgação de possíveis efeitos adversos, contra-indicações, entre outros aspectos. A área das plantas medicinais é uma área com um enorme vazio e na qual é urgente trabalhar, no sentido de uma credibilização e segurança dos produtos que são vendidos.

É verdade que o Hipericão tem propriedades antidepressivas, por acaso com bons resultados, em tudo semelhantes aos obtidos com os fármacos antidepressivos existentes no mercado, com a vantagem do preço e dos poucos efeitos secundários. O grande problema do Hipericão são as interacções com outros fármacos que a pessoa possa tomar. Entre eles posso destacar as interacções com digitálicos (usados na insuficiência cardíaca, como é o caso da digoxina) e anticoncepcionais orais, havendo já registo de gravidezes indesejadas. Convém também alertar as pessoas de que existem dois tipos de hipericão e que apenas um deles está indicado para situações de depressão, sendo que o outro é utilizado em afecção hepatobiliares. O Hipericão com propriedades antidepressivas é o Hypericum perforatum e o com propriedades hepatobiliares é o Hipericão do Gerês ou Hypericum androsemum.

Seguidamente apresento um pequeno texto por mim elaborado em colaboração com uma colega, no âmbito da unidade curricular de plantas medicinais do curso de Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas da Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra.

“Desde sempre o Homem utilizou plantas no tratamento de doenças. Este conhecimento subsistiu até aos dias de hoje e o uso de plantas medicinais tem um peso considerável em muitas culturas. Actualmente, tem-se assistido a um interesse crescente pela utilização de algumas plantas medicinais um pouco por toda a parte dado o fácil acesso e a crença de que o seu uso é mais seguro e isento de riscos, relativamente aos medicamentos sintéticos.

No mercado estão disponíveis plantas medicinais na forma de suplementos não regulamentados e não sujeitos ao mesmo controlo que os medicamentos sintéticos (Anon, 2002 citado por Chavez et al, 2006). A sua introdução nos países mais desenvolvidos levou a que frequentemente o seu uso seja concomitante com medicamentos e nem sempre os consumidores informam o médico ou o farmacêutico (Izzo et al; 2002; Singh, 2005). A determinação de interacção entre as plantas contidas nestes suplementos e os medicamentos é limitada (Anon, 2002 citado por Chavez et al, 2006), não havendo informações detalhadas acerca dos seus constituintes (Venkataramana et al, 2005).

Apesar das lacunas, nos últimos anos têm surgido alguns estudos sobre as interacções entre plantas medicinais e alguns fármacos. Uma dessas plantas é o hipericão (Hypericum perforatum), planta herbácea perene, largamente difundida na Europa, Ásia, África do Norte e Estados Unidos da América, conhecida popularmente como “Erva de São João”, estando incluída na Farmacopeia Europeia desde 1999. Tem sido utilizada desde a antiguidade como cicatrizante, diurético, antibiótico, antiviral e antidepressivo (Bilia, 2002; Cunha 2005).

Esta última propriedade é a responsável pela actual popularidade da planta, dado que se reconhece uma eficácia antidepressiva semelhante a muitos antidepressivos convencionais, no tratamento da depressão leve a moderada, e com menos efeitos adversos (Barnes 2002; Bilia et al, 2002). A actividade antidepressiva está relacionada com uma inibição inespecífica de recaptação da serotonina, noradrenalina, dopamina e ácido gama-aminobutírico (GABA) e com a afinidade para o receptor NMDA do glutamato (Bilia et al, 2002; Cunha, 2005).
Foram identificados vários grupos de compostos bioactivos no hipericão: fenilpropanos, glucósidos de flavonóides, as biflavonas, proantocianidinas oligoméricas, xantonas, ácidos fenólicos, óleos voláteis, esteróides e vitaminas (Bilia, 2002; Cunha 2005).

O hipericão é das plantas medicinais mais estudadas (eficácia, tolerância e segurança) e com mais interacções conhecidas (Singh, 2005; Costa e Oliveira, 2004). São conhecidas interacções com antiepiléticos, ciclosporinas, digoxina, antiretrovirais, contraceptivos orais, Inibidores selectivos de recaptação da serotonina, teofilina, varfarina (Barnes, 2002).
Focando a atenção na digoxina, trata-se de um digitálico, amplamente utilizado no tratamento da insuficiência cardíaca, também ele derivado de plantas (folhas da dedaleira).
Segundo Barnes, a toma de hipericão durante o tratamento com digoxina oral conduz à diminuição dos níveis plasmáticos desta última.

As interacções farmacocinéticas entre o hipericão e medicamentos convencionais relacionam-se com a modulação da enzima CYP3A4 e da glicoproteína-p intestinal, com importantes consequências farmacocinéticas. No caso da interacção entre a digoxina e o hipericão, as alterações na biodisponibilidade têm sido atribuídas à indução da glicoproteína-p intestinal (Chavez, et al 2006; Zhou et al 2007). Esta é expressa nas vilosidades dos enterócitos e é responsável pelo bombeamento para o lúmen intestinal de alguns fármacos, incluindo a digoxina, limitando assim a sua absorção.

A administração oral do hipericão durante 14 dias em voluntários saudáveis resultou numa expressão aumentada da glicoproteína-p intestinal (Durr et al, 2000 referido por Zhou 2007). Noutro estudo, a administração oral de hipericão (24 mg/dia de hiperforina – responsável pela actividade antidepressiva) durante 14 dias, durante os quais também foi administrada digoxina, observou-se redução nas concentrações plasmáticas de digoxina com diminuição de 25% da área sob a curva (ASC) e diminuição de 35% da concentração máxima (Cmáx) (Gurley et al, 2008). Neste último estudo, os resultados também sugerem que as alterações na biodisponibilidade da digoxina estão relacionadas com a dose de hiperforina, não se observando diferenças na biodisponibilidade com doses inferiores a 5 mg hiperforina/dia. No entanto, não foram incluídas no estudo como variáveis, os restantes componentes da planta.

Outras investigações também relacionam a duração do tratamento com as alterações farmacocinéticas, verificando-se resultados semelhantes aos já descritos apenas com doses repetidas superiores a 10 dias, não se verificando alterações com doses únicas (Johne, 1999 referido por Costa e Oliveira, 2004).

Os dados apresentados levam às seguintes orientações: os utentes que tomam hipericão devem ser questionados acerca de outros medicamentos que tomem e os utentes que já tomam digoxina (ou outro com interacção comprovada) devem ser informados para não iniciarem a toma de hipericão. Utentes que já estão a consumir digoxina e hipericão devem ser encaminhados para o médico assistente, sendo necessária a monitorização dos níveis de digoxina. Com o hipericão os níveis podem ser subterapêuticos, mas com sua suspensão podemos atingir níveis tóxicos, pelo que a suspensão do hipericão ou alterações nas dosagens da digoxina devem ser bem ponderadas (Barnes, 2002).

Esta revisão suporta a necessidade de conhecer não só as interacções entre medicamentos convencionais mas também estender esse conhecimento a plantas medicinais, que são utilizadas como se não representassem quaisquer riscos. É importante surgir nova regulamentação e as interacções já conhecidas devem ser divulgadas. “

Diogo Miguel Pereira Fernandes e Maria Manuela Antão Simão

BIBLIOGRAFIA

- BARNES, Jo, et al – Herb-medicine interactions: St. John’s wort (Hypericum perforatum). Royal Pharmaceutical Society of Great Britain (RPSGB). Setembro de 2002. [Consult. 27 Fev. 2009] Disponível em WWW: URL:http://www.rpsgb.org.uk/pdfs/scifactsheetstjwort.pdf.

- BILIA, Anna Rita, et al – St. John’s wort and depression Efficacy, safety and tolerability – an update. Life Sciences. ISSN 0024-3205. Vol. 70, nº 26 (Mai. 2002) 3077-3096.

- CHAVEZ, Mary L., et al – Evidence-based drug-herbal interactions. Life Sciences. ISSN 0024-3205. Vol. 78, nº 18 (Mar. 2006) 2146-2157.

- COSTA, Teresa; OLIVEIRA, Ana Elisa – Interações Farmacocinéticas entre as Plantas Medicinais Hypericum perforatum, Gingko biloba e Panax ginseng e fármacos Tradicionais. Acta Farmacêutica Bonaerense. ISSN 0326-2383. Vol. 23, nº 4 (2006) 567-578.

- CUNHA, A. Proença; et al – Farmacognosia e Fitoquímica. 1ª Ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2005. 670 p. ISBN: 972-31-1142-X

- GURLEY, Bill J., et al – Gauging the clinical significance of P-glycoprotein.mediated herb-drug interactions: Comparative effects of St. John’s wort, Echinacea, Clarithromycin and Rifampin on Digoxin pharmakocinetics. Molecular Nutrition & Food Research. ISSN 1613-4133. Vol. 52 (Jan. 2008) 772-779.

- IZZO, Angelo A., et al – Cardiovascular pharmacotherapy and herbal medicines: the risk of drug interaction. International Journal of Cardiology. ISSN 0167-5273. Vol. 98, nº 1 (Jan. 2005) 1-14.

- SINGH, Yadhu N. – Potencial for interaction of Kava and St. John’s wort with drugs. Journal of Ethnopharmacology. ISSN 0378-8741. Vol. 100, nº 1 e 2 (Ago. 2005) 108-113.

- VENKATARAMANAN, Raman, et al – In vitro and in vivo assessment of herb drug interactions. Life Sciences. ISSN 0024-3205. Vol. 78, nº 18 (Mar. 2006) 2015-2115.

- ZHOU, Shu-Feng, et al – Identification of drugs that interact with herbs in drug development. Drug Discovery Today. ISSN 1359-6446. Vol. 12, nº 15/16 (Ago. 2007) 664-673.

ALTERAÇÕES VISUAIS


Nos últimos tempos muito se tem falado acerca dos casos de cegueira do Hospital Santa Maria alegadamente provocados pela injecção do medicamento “Bevacizumab”, comercializado pela farmacêutica Suíça Roche sob o nome de Avastin®.

Em primeiro lugar importa referir que esse fármaco é utilizado em todo o mundo em patologias oculares com bons resultados, embora nunca tenha sido aprovado o seu uso para essa patologia, ou seja, toda a responsabilidade da sua utilização recaí sobre os médicos que o preferem. Convém relembrar que para um determinado fármaco poder ser utilizado numa determinada patologia tem de ser aprovado pelas autoridades competentes para tal e para isso necessita de uma série de ensaios clínicos que comprovem a sua eficácia e segurança no tratamento dessa patologia, sendo que a Roche nunca procurou fazer isso para os problemas oculares. O fármaco apenas é utilizado para problemas oncológicos.

Mas de uma coisa podemos ter a certeza, por ano os oftalmologistas usam milhares de doses deste fármaco em todo o mundo e nunca surgiram problemas, nem nunca a Roche se preocupou que o fizesse, pois estava a entrar dinheiro para os seus cofres. Tudo mudou em Fevereiro quando a empresa enviou uma circular em que se descartava da utilização do produto para uso ocular. Como que por artes mágicas isto aconteceu pouco tempo antes de a empresa fechar o negócio de aquisição de uma empresa de biotecnologia chamada Genentech, que por acaso tinha aprovado um medicamento com a mesma finalidade mas muito mais caro. Parece estranha esta posição da Roche, mas se podemos ganhar mais uns trocos é preferível e diga-se de passagem eles também nunca fizeram força para que o Avastin® fosse aprovado com essa finalidade, logo a sua posição é aceitável.

Como referi anteriormente a responsabilidade da administração do fármaco é do médico e todos os possíveis efeitos adversos devem ser comunicados aos doentes antes da administração. Se o médico achou que aquele fármaco era o melhor para o seu doente, juntamente com o doente assumiu o seu possível sucesso ou insucesso, sendo que de acordo com os dados existentes na comunidade médica de oftalmologia as probabilidades de sucesso são muito elevadas.

Surge agora a questão de poder haver algum problema com o lote do fármaco ou com as condições de assepsia durante o procedimento. Em relação ao lote é difícil que exista algum problema, uma vez que desse lote já foram utilizadas diversas embalagens e já foram efectuados diversos testes. Poderá sim ter havido algum problema com a ampola utilizada. Se o fármaco estava dentro do prazo de validade, se tinha sido armazenado nas condições estipuladas o laboratório tem responsabilidades na matéria, mas não tem qualquer responsabilidade na situação específica de cegueira. Ora vejamos a situação. Se existe algum problema com um determinado fármaco esse lote tem de ser retirado do mercado e o laboratório é sempre responsabilizado por essa alteração, com as devidas consequências, agora ele não pode ser responsabilizado por uma situação que ocorreu no uso do produto numa patologia para o qual ele não estava indicado. É uma situação um pouco complexa, mas o laboratório suíço já se demarcou muito bem de eventuais responsabilidades.

A situação de falta de assépsia é sempre uma hipótese e podemos estar na presença de uma situação de quebra de esterilidade do material utilizado e aí a responsabilidade é sempre do Hospital de Santa Maria ou da empresa que estiver encarregue do serviço de esterilização, ou em último caso ainda não ouvi ninguém dizer que a culpa é dos enfermeiros que estavam a auxiliar o procedimento. Como o enfermeiro é sempre o elo mais fraco e mais desprotegido até estou admirado de ainda nenhum ter sido atirado para o centro do ringue. Estou a ironizar, mas com o decorrer das investigações ainda poderá acontecer alguma coisa.

Temos também a hipótese de ter havido um engano ao nível dos serviços farmacêuticos do Hospital e o produto que foi fornecido não ser o devido. É sempre uma hipótese a considerar ainda que remota, dada a pequena percentagem de erros desse género que acontecem todos aos anos em todo o mundo.

Espero que esta situação seja bem investigada e que os culpados sejam responsabilizados independentemente da sua profissão ou estatuto. Todos aqueles que agiram mal nesta situação devem ser responsabilizados e não se desculpem com sabotagens porque essa não pega. Quem é que iria querer sabotar o tratamento daqueles doentes? Porquê uma sabotagem em Portugal se outros países usam muito mais esse produto? Porque não sabotarem um país muito menos desenvolvido? Qual o interesse de uma sabotagem? São muitas as perguntas, mas se essa hipótese está a ser equacionada a investigação tem de ser muito profunda e levantar todas as pedras desmontando todos os interesses instalados, que são enormes e com um peso muito grandes. Vamos ver se as autoridades têm a força suficiente.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

CHÃO DA LAGOA


Realizou-se mais uma grande festa do PSD Madeirense. À margem das últimas polémicas com o Continente, o líder regional esteve no seu melhor. Só foi penas não ter contado com a presença da líder do partido. Parece que estava doente. Das duas uma, ou estava mesmo com uma grande gripe e teve medo de ir contagiar os madeirenses com a sua maleita, ou aproveitou a gripe para se esquivar ao chão da lagoa e pôr-se de parte das loucuras do líder regional.

Não sei o que se passou realmente, mas o PSD não se pode demarcar das opiniões do líder regional. Ele faz parte do partido logo ou o partido se revê ou não. Se não se revê deve deixar bem claro a sua posição, se se revê pode continuar assim, sujeitando-se a um julgamento eleitoral.

Todos sabemos as posições e a maneira de estar do líder madeirense. Há quem ame, que gosta, quem não desgosta, quem é indiferente, quem odeia e quem o considera um inimigo público. Eu nem gosto nem desgosto. Confesso que ele tem aspectos que em agradam num líder, mas depois consegue espalhar muitas brasas e mandar demasiadas bocas foleiras o que já não me agrada. Com alguma moderação provavelmente teríamos um líder aclamado pela grande maioria, mas sendo como é apenas é aclamado na pequena ilha atlântica e por número que vai diminuindo anos após ano.


Em relação á festa o conceito é positivo e sem dúvida que funciona como uma união para o partido e para juntar o povo em torno do partido, todas as classes sem excepção o que é sempre de louvar. Este tipo de iniciativas deviam despontar em vários pontos do país e que para além de festas funcionassem como a grande oportunidade de chegar ao maior número de eleitores possível, contando com a presença da direcção do partido.

GRIPE SUÍNA


O verdadeiro perigo ou a ameaça fantasma? A grande pandemia ou uma “presspandemic”?

Convém lembrar a todos que todos os anos somos assolados pela gripe e que em 3 ou 4 meses milhares de portugueses são afectados e que desses milhares algumas centenas acabam por sucumbir à doença, logo à partida esta gripe não será muito diferente, com uma pequena ressalva. Ela transmite-se mais rápido, logo vai afectar mais gente e será lógico existirem mais mortes.

Parece-me a mim que se está a instalar um clima de medo e sem dúvida que os media estão a ter um papel essencial. Fala-se muito da gripe muitas vezes sem o cuidado de ter alguém credível a dar as informações. Mais do que informar, temos de informar com qualidade. Não vele de nada às pessoas saberem hora a hora qual a evolução do número de casos de gripe. Será que se vê isso todos os Invernos? Não, só agora é que estamos a assistir a essa parvoíce. A informação a passar deverá ser apenas aquela emanada das autoridades de saúde portuguesas e europeias não sobrecarregando os portugueses com números.

Se eu estou preocupado com a gripe. Não posso dizer que esteja preocupado, mas estou mais atento que em anos anteriores. Nunca fiz a vacina da gripe e provavelmente não será agora que a irei fazer, logo penso que esta é uma boa resposta. Com isto não quero dizer às pessoas para não fazerem a vacina, mas sim que a deverão fazer apenas se já for habitual. Não entrem em preocupações excessivas por causa desta gripe nem deixem de fazer as coisas de que gostam. É um problema que vai ser ultrapassado, obviamente com muitos infectados, mas isso é a lei da vida e temos de conseguir lidar com ela.

O conselho que dou aos portugueses é de que sigam as indicações das autoridades de saúde e que não entrem em alarmismos. Não deixem de viajar por causa da gripe, pois em Portugal o risco de a contraírem é semelhante ao dos outros países. E muito importante, se tiverem sintomas de gripe dirijam-se ao Hospital e não fiquem em casa a agravar a situação. Aos meios de comunicação social fica uma palavra para tentarem alterar a linha editorial e não se preocuparem tanto com os números ou que apenas divulguem os números do euromilhões (para os portugueses ficarem felizes) ou os números do défice e do desemprego (para ficarem tristes). Apenas se pretende uma informação de qualidade.

AUSÊNCIA JUSTIFICADA

Pois é, mais um grande interregno sem qualquer palavra aqui postada. Sei que o que escrevo não é lido por muitos, mas para mim escrever e opinar é um prazer, não pelo facto de dizer mal ou menos, mas sim para poder p+artilhar os meus pensamentos, que podem ser ou não iguais aos de muitas outras pessoas.

Infelizmente os deveres profissionais e estudantis não me deixam muito tempo para poder exercer este meu prazer, mas agora que as férias começaram e espero ter um pouco mais de tempo para escrever algumas linhas neste blogue. A Actualidade está cheia de temas interessantes e vou tentar abordar alguns deles.

Temos ai a gripe dos porcos (coitado do animal, que tanto jeito nos faz), as eleições a aproximarem-se, a economia cada vez mais em baixo, enfim, um sem número de temas que merecem alguma atenção.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

CARNAVAL DE TORRES VEDRAS


E a censura está de volta ao nosso país e logo em época de Carnaval, onde todos gostam de brincar e onde não é suposto levar a mal. Eu para ser sincero não gosto de brincar ao Carnaval, mas sou bastante tolerante às brincadeiras e até as acho saudáveis e agradáveis, desde que com peso e medida.

O nosso país tem tradição no Carnaval e diversas são as aldeias, vilas e cidades que organizam bonitos desfiles carnavalescos. Não é como no Brasil onde temos todas aquelas morenas semi-vestidas em cima de grandes carros alegóricos, mas é sobretudo um Carnaval de sátira, de recados e também já com belas pernas nos carros alegóricos.

Mas parece que para as bandas de Torres Vedras, um dos carnavais mais antigos do país, o tribunal decidiu infiltrar-se nos festejos e proferiu uma sentença no sentido de retirar algumas imagens de um dos carros, pois se isso não acontecesse poderia haver multas e processos judiciais. Como é óbvio essas imagens foram retiradas, mas sinceramente não consigo perceber o porquê dessa decisão do tribunal. Não estamos num país livre? Dá ideia que não. Parece que os tempos da censura, que felizmente não vivi mas que ouço retratar estão a regressar. Só espero que isto não precipite o fim de muitas das nossas tradições e os corsos carnavalescos sempre foram uma boa altura para criticar os políticos e a nossa sociedade. Não vamos quebrar essa regra.

Viva a sátira social e não se deixem abalar por este tipo de decisões. E já agora, se calhar é melhor cancelarem as escolas de samba, pois as meninas podem ser detidas por atentado ao pudor ou por imigração ilegal, e não vamos querer as nossas cadeias cheias de meninas bonitas. Isso sim poderia ser bastante perigoso.

http://www.carnavaldetorres.com/
http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1365930
http://www.cm-tvedras.pt/
http://pt.wikipedia.org/wiki/Carnaval_de_Torres
http://tsf.sapo.pt/PaginaInicial/Vida/Interior.aspx?content_id=1149732

NOVAS INSTALAÇÕES DA FACULDADE DE FARMÁCIA DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA


Finalmente nos mudámos para as novas instalações. Iniciei o meu Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas em 2006 e cedo me habituei a ouvir dizer que para o ano nos mudávamos para a nova Faculdade, situada no Pólo III, o das Ciências da Saúde. Após tantas hesitações finalmente estamos nas novas instalações, que são um misto de modernidade, com os mesmos erros do passado e que teimam em repetir-se.

Eu gostava das velhas instalações, não porque fossem as mais adequadas, mas porque se situavam na alta de Coimbra, junto da reitoria e das restantes Faculdades. Era sobretudo pelo espírito que se vive lá por cima que me dava vontade de ir às aulas, pois eu sempre ambicionei estudar por lá. Pois agora mudámos de local, vamos ver menos estudantes, estamos apenas perto dos estudantes de Medicina, o que à partida não será muito bom, mas teremos de nos habituar à ideia.

A primeira impressão da nova Faculdade é boa e quanto a mim parece-me bem projectada no que se refere às aulas teóricas, com bons anfiteatros e algumas salas, se bem que o acesso para deficientes foi esquecido e estes apenas terão acesso aos lugares da frente, mas não têm espaço para colocarem a cadeira de rodas e poderem ter uma mesa para escrever. Este tipo de coisas deveriam ter sido pensadas. Mas isso não é o pior. Pelo que deu para perceber os laboratórios não são muito grandes e quando se projecta um edifício novo este tipo de aspectos têm de estar salvaguardados. De que nos vale ter laboratórios novos muito bem equipados se eles são pequenos? Se a movimentação no seu interior é difícil?

É difícil de engolir, mas não posso deixar de voltar a referir que até me estou a sentir bastante bem na nova casa. Espero que as mudanças terminem em breve e que os laboratórios estejam a funcionar em pleno no próximo dia 2 de Março.

Deixo apenas um reparo para a questão da eficiência energética. O nosso primeiro-ministro tem seguido uma política da energia. Segundo ele as casas dos portugueses têm de ser eficientes energeticamente, mas depois reparo que ele não arruma a sua própria casa, ou seja, não projecta os edifícios do estado para serem eficientes. A nova faculdade tem grandes auditórios e espaços comuns enormes, que no inverno são difíceis de aquecer, mas dada a exposição solar do edifício este problema poderia ter sido facilmente resolvido com a colocação de painéis solares. Porque é que isso não foi feito? Porque é que se vai gastar muito dinheiro em gás e electricidade para o aquecimento? Aqui fica o reparo.

http://www.uc.pt/ffuc
http://www.ff.uc.pt/template.php?url=ensino/pos_graduacao.htm&menu=ensino
http://www.lifecooler.com/Portugal/patrimonio/BibliotecadaFaculdadedeFarmaciadaUniversidadedeCoimbra

PARABÉNS BIAL


E nem tudo são más notícias na economia portuguesa. Ainda ontem foi divulgada a notícia de um negócio de milhões envolvendo a farmacêutica portuguesa Bial e a multinacional Japonesa Eisai. É um negócio de cerca de 100 milhões de euros e que está relacionado com a comercialização do novo antiepiléptico concebido totalmente pela empresa nacional graças ao seu centro de investigação e desenvolvimento, que emprega cerca de 80 cientistas. A Eisai vai efectuar a comercialização do fármaco em grande parte do mercado Europeu, podendo no futuro serem efectuadas novas parcerias com esta ou outra multinacional para outros mercados.

A Bial é uma empresa farmacêutica exclusivamente nacional, que tem como missão a produção de produtos farmacêuticos ao longo de toda a sua fase de desenvolvimento, ou seja, está apostada na criação própria de novos fármacos apostando forte na investigação e desenvolvimento. Conta com uma equipa de cerca de 700 trabalhadores, a grande maioria dos quais altamente especializados, sendo a grande parte licenciados e alguns doutorados. Actualmente os produtos da empresa chegam amais de 30 países e com o novo medicamento para o tratamento da epilepsia espera chegar a muitos mais países, sendo que para essa comercialização a recente parceira é essencial, já que a Eisai é uma grande empresa, com bastante conhecimento do mercado e que também quer aumentar a sua presença no continente Europeu.

MAIS UMA GREVE NA ENFERMAGEM


Pois é, parece que hoje é dia de greve para os enfermeiros. Mas onde é que eles estão? A lutar parece que não… Já me esquecia, as greves não servem para lutar, nem para expormos as nossas posições. Apenas servem para números e apara aproveitarmos um fim-de-semana prolongado. Mais uma vez volto a referir esta situação. Porque é que as greves não são marcadas durante a semana? Porque é que são sempre ou à segunda ou à sexta? A resposta é óbvia. Já que apenas os números interessam, se fosse durante a semana ninguém aderia, mas como os que aderem acabam por ter um fim-de-semana prolongado e como nestas greves não é necessário lutar, todos ficam contentes e os números lá vão aparecendo.

Mas de que valem os números se as pessoas não souberem aquilo que se passa na enfermagem. De que vale ter 95% de adesão à greve se o próprio ministério não tem noção daquilo que se passa na enfermagem neste país. Não vale de nada e com a postura que está a ser adoptada pelos sindicatos não vamos a lado nenhum. É uma postura demasiado centrado para os enfermeiros funcionários públicos, deixando de fora todos os outros com contratos a termo certo ou sem termo, que neste momento representam alguns milhares.

Eu sou enfermeiro com contrato sem termo e não faço greve. Primeiro porque penso que as greves não levam alado nenhum, sobretudo numa profissão onde elas não se fazem sentir. Trabalho num serviço de internamento e nas greves o serviço que se faz é exactamente o mesmo, com os mesmos doentes, com as mesmas rotinas, com as mesmas entradas de novos doentes. Onde é que a greve se faz sentir? De que vale um número. Claro que nada, pois se a população não sente as greves e não sai prejudicada, elas não fazem sentido. Em segundo porque com os sindicatos que temos actualmente não dá vontade nenhuma de lutar, pois eles esquecem-se de que não temos uma enfermagem, temos várias e que temos de lutar por todos os enfermeiros e não apenas por uma percentagem que a cada dia que passa diminui.

Neste momento existem dois grandes problemas na enfermagem. Um deles é que existem vários tipos de enfermeiros. Temos os enfermeiros que trabalham 40 horas, que ganham apenas mais 25% pelas horas de qualidade (falamos de sábados, domingos, feriados, noites), que têm 22 ou 25 dias de férias e que têm um ordenado base de mais ou menos 1150 euros. Depois temos outros que trabalham as mesmas 40, nas mesmas condições e que ganham apenas cerca de 970 euros. Temos também aqueles que trabalham 40 horas e que ganham as horas de qualidade como a função pública. Depois temos outros que trabalham 35 horas e que ganham segundo a tabela da função pública. Por último temos os funcionários públicos, que trabalham entre a 30 a 35 horas, que têm entre 25 a 35 dias de férias, que ganham muito bem pelas horas de qualidade (por certas noites chegam a ganhar mais 200%).

Como é que com tantos tipos diferentes de enfermeiros pode existir alguma motivação. Mas será que a profissão é assim tão diferente ao longo do país para existir tanta desigualdade? Não deveríamos todos ter os mesmos direitos? Sem dúvida que sim, mas ninguém se preocupa com aqueles enfermeiros que só ganham 25% pelas horas de qualidade, que sempre trabalharam 40 horas, que em muitos locais trabalham 40 horas e ganham apenas 970 euros de ordenado base. A grande preocupação é apenas com os funcionários públicos, que estão mal habituados e assim querem continuar, sendo muito semelhantes a parasitas, que vivem à custa dos outros e cujo lema é fazer o menos possível. Enquanto não tivermos apenas um enfermagem a profissão não se une, pois de que vale ter uma carreira se eu continuo a trabalhar para um hospital empresa e eles oferecem o contrato que lhes apetecer? Não vale de nada. A carreira só é boa para aqueles que lá estão, já que todos os outros dificilmente lá vão chegar e todos sabemos muito bem que de acordo com a actual conjuntura mundial e nacional, temos a todo o custo de emagrecer a função pública e não de a engordar ainda mais. Já lá vai o tempo em que o estado dava garantias de uma vida, com regras muito distintivas em relação ao privado e com padrões de trabalho e produção muito baixos. Temos de abandonar esse caminho e apostar na optimização dos recursos, que estão muito mal distribuídos e mal habituados. Quem quiser ser funcionário público tem de provar que o merece e que desenvolve trabalho para isso.

O segundo grande problema da enfermagem é o número de enfermeiros que são ano após ano formados. Todos se preocupam com as suas carreiras, mas ninguém assume que existem milhares de desempregados, que todos os anos são formados cerca de 40% de enfermeiros a mais do que o necessário. Ninguém vê isto e este é sem dúvida um dos maiores problemas. A Ordem dos Enfermeiros, os Sindicatos, o Ministério da Ciência e do Ensino Superior e o Ministério da Saúde têm de debater este problema com urgência, uma vez que a chave para a resolução dos problemas da enfermagem está na redução do número de vagas nas escolas d enfermagem. O simples facto de haver enfermeiros em excesso não nos dá poder negocial, pois se eu reclamar e lutar pelos direitos posso ver o meu contrato não renovado e passado umas horas tenho logo outro colega recém-formado no meu lugar, se for preciso a ganhar menos do que eu ganhava. Os Hospitais fazem o que querem e como os enfermeiros querem trabalhar acabam por aceitar todo o tipo de contratos comprometendo seriamente o futuro da profissão. Qualquer dia estão a oferecer o ordenado mínimo e as pessoas aceitam…Não podemos chegar a esse ponto sem retorno.

É certo que há algum tempo atrás talvez houvesse falta de enfermeiros, ou melhor, os que havia estavam mal aproveitados e dava ideia de que havia falta. Pois bem pensou-se em resolver o problema e a solução encontrada foi aumentar as escolas de enfermagem, quer públicas quer privadas, e aumentar o número de vagas. Com isto houve a necessidade de contratar mais professores, de reformular instalações, de contratar mais funcionários e como é óbvio muitos desses novos contratados passaram para os quadros das instituições, ou seja, não podem ir para rua, logo para eles poderem trabalhar e ganharem os seus fantásticos ordenados têm de ter alunos, já que é das suas propinas que as instituições sobrevivem, logo para este grupo não interessa a diminuição do número de vagas, pois isso poria em risco o seu próprio emprego.

As mesmas pessoas que lutaram para que se criassem mais vagas têm que lutar agora para a sua diminuição. O futuro da profissão depende desta simples medida, que tem de ser encarada com coragem. De que vale ter uma Ordem se ela não opina sobre nada? De que vale ser sindicalizado se eles são inertes? Vamos tentar fazer alguma coisa pela enfermagem enquanto é tempo, mas este vai escasseando e mesmo que se tomem as medidas certas a situação vai demorar alguns anos até estabilizar.

http://www.ordemenfermeiros.pt/
http://www.sep.org.pt/
http://blog.comunidades.net/enfermeiroonline/
http://enfermeirosunidos.blogs.sapo.pt/
http://quiosque.aeiou.pt/gen.pl?p=stories&op=view&fokey=ae.stories/15621
http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1365979

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

PARECE QUE EXISTEM DESPERDÍCIOS EM ONCOLOGIA…


No decorrer da última reunião da sociedade portuguesa de oncologia foi divulgada uma carta de princípios em que se alude para a falta de recursos na área, mas também a alguns desperdícios.

Que existem falta de recursos na saúde parece não ser novidade, se bem que na minha opinião eles existem, estão é bastante mal aproveitados, e dou alguns exemplos. De que vale existirem centenas de enfermeiros desempregados, se os Hospitais preferem pagar horas extraordinárias ou pagar em tempo, horas que os funcionários façam a mais? Existem Hospitais que devem mais de 200 horas aos seus funcionários, horas essas que deveriam ser pagas, mas que vão ser descontadas em tempo, só não se sabe é quando. E temos outros que pagam centenas de euros em horas extraordinárias. Não seria mais fácil empregar alguns dos enfermeiros desempregados?

Outro exemplo que posso dar é o de Hospitais que até têm vários ecógrafos e mais do que um aparelho de TAC, mas cujos aparelhos só funcionam meia dúzia de horas por dia. De que vale ter os aparelhos se eles estão subaproveitados? De nada, porque se precisarmos de uma ecografia num desses Hospitais esperamos no mínimo cerca de 2 a 3 meses, excepto se for urgente, mas se às 15 horas formos às salas dos aparelhos verificamos que não se encontra lá ninguém. Porque é que isso acontece? Nalguns casos que certamente será por falta de pessoal? Mas se calhar noutros será porque os funcionários estão noutros locais onde são mais bem pagos e como tal abandonam o seu local de trabalho um bocadito mais cedo. Não há nenhum controlo nestas situações e para as instituições é mais fácil dar a ganhar aos privados enviando os seus doentes para lá, do quer efectuarem os exames nos seus próprios aparelhos.

Eu fico um pouco espantado com as declarações que foram proferidas, sobretudo vindas dos principais gastadores. É que se há desperdícios as fontes estão bem identificadas. Obviamente que os que mais desperdiçam são aqueles que implementam os tratamentos, mesmo quando sabem que já não há nada a fazer, mesmo quando o doente está em fase terminal, mesmo quando o doente morre durante um tratamento de quimioterapia de milhares de euros, mesmo quando não sabem bem aquilo que estão a fazer e se recusam a pedir ajuda a especialistas. Será que eu estou errado? Não me parece e concordo perfeitamente que existem muitos gastos desnecessários, agora o que se deve fazer é educar as pessoas para não desperdiçarem, estabelecendo limites aos gastos, estabelecendo prioridades e metas de tratamento que devem ser cumpridas, diminuindo o número de dias de internamento, optimizando os recursos existentes, que não sendo os desejados são os suficientes, desde que bem utilizados.

Este é um assunto muito complicado e de difícil resolução, mas não tenho dúvidas de que muitos dos gastos poderiam ser evitados se as pessoas trabalhassem todas com os mesmos objectivos e com os mesmos princípios. Essa carta de princípios é muito bem-vinda, mas as pessoas que proferiram a referida carta têm de ser os primeiros a dar o exemplo, pois eu presumo que eles têm a noção de que são os principais gastadores e se não houver um compromisso de racionalização da sua parte os problemas não se resolvem.

A oncologia é uma área muito complicada. Os tratamentos são todos muito caros e o que se tenta é resolver a situação do doente, não olhando a gastos. Concordo perfeitamente com isso, mas não podemos ter dois pesos e duas medidas, devemos ter sempre a mesma actuação e independentemente do doente ele deverá ter sempre acesso ao melhor tratamento, sem preocupação de gastos e com o mínimo tempo de espera. O problema é que muitas vezes já se gastaram todas as verbas desnecessariamente, o que pode comprometer a capacidade de resposta. Vamos todos pensar nisso e no nosso dia-a-dia vamos tentar reduzir os gastos em pequenas coisas, que somadas dão muitos milhares de euros que podem ser aplicados nos mais variados tratamentos. As palavras sem dúvida que são OPTMIZAR e RACIONALIZAR os recursos existentes, e nesse aspecto estou plenamente de acordo com a constituição de equipas pluridisciplinares e que os doentes sejam tratados do inicio ao fim no mesmo local. O que espero é que exista disponibilidade para isso e que isto não se transforme numa pequena guerra entre oncologistas e os restantes especialistas que intervêm no tratamento do cancro.

http://www.sponcologia.pt/index.php?lop=conteudo
http://www.tribunamedicapress.pt/rss/15568-carta-de-principios-de-coimbra-apresenta-realidade-oncologica
http://sic.aeiou.pt/online/noticias/vida/Portugal+nao+esta+preparado+para+um+aumento+de+doentes+oncologicos.htm
http://cdsnoparlamento.pp.parlamento.pt/index.php?idmenu=4&lg=1&idn=499
http://static.publico.clix.pt/pesoemedida/noticia.aspx?id=1364365&idCanal=91

BYE-BYE MISTER SHOCOLARI


Pois é, parece que eu tinha razão. Há uns meses atrás quando se soube que o então seleccionador nacional Luís Felipe Scolari tinha assinado contrato com o Chelsea, eu tive oportunidade de escrever que tinha sido uma má opção e que ele não iria terminar a época no clube.

Pois bem, parece que as minhas previsões estavam certas e o senhor Scolari foi finalmente despedido do Chelsea. Agora o que eu não posso afirmar é que tenha sido uma má notícia, pois o senhor Scolari vai ganhar muitos milhões de euros à custa dessa saída, logo para ele até vai ser muito bom.

Desportivamente falando é que não é muito bom para o currículo do senhor. Treinar um clube de futebol é muito diferente do que treinar uma selecção nacional. O senhor Scolari não tem perfil para treinar diariamente. A sua personalidade não se ajusta muito bem ao tipo de trabalho diário, sobretudo numa equipa recheada de estrelas como é o caso do Chelsea, e quando falo de estrelas falo de muitas nacionalidades e isso sim é o grande problema. Porque uma coisa é treinar estrelas do mesmo país, que na maioria gostam de jogar pela selecção e que querem ganhar títulos por ela, outra coisa é treinar um grupo de jogadores dos mais variados recantos do mundo, que ganham milhares de euros todos os meses e que na maioria das vezes não conseguem encontrar a verdadeira motivação para jogar, bastando instalar-se algum pequeno conflito para as suas prestações decaírem drasticamente.

O Chelsea não é um clube fácil de treinar e até o Mourinho que tinha a admiração de muitos dos jogadores, teve problemas no clube, acabando por mesmo por ser afastado. No futebol há que ter calma, pois os resultados não aparecem de um dia para o outro, o problema é que no Chelsea habituaram-se a bons resultados e agora custa não os obter e quando há muito dinheiro para se gastar não se importam de dar indemnizações elevadíssimas a treinadores. Nos últimos tempos o Chelsea gastou mais de 30 milhões de euros em treinadores, o que nos tempos que correm é um enorme sacrilégio. Até parece que não se passa fome um pouco por todo esse mundo. Mas o mundo dos Bilionários é mesmo assim. Vá-se lá compreender esta gente.

Desejo boa sorte ao senhor Scolari, mas se calhar para a próxima é melhor pensar muito naquilo que é o melhor para ele. Sei muito bem que ele nestes meses ficou muito mais rico, mas se calhar nem sempre é tudo. Ou não, se calhar o senhor não se importa nada com o prestígio e sim com os euros.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Luiz_Felipe_Scolari
http://www.youtube.com/watch?v=dhDjKZccieo
http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Desporto/Interior.aspx?content_id=1140269
http://www.zerozero.pt/noticia.php?id=12808
http://www.abola.pt/nnh/ver.aspx?id=158017
http://www.skysports.com/story/0,19528,11095_4908383,00.htmlhttp://www.mirror.co.uk/sport/football/2009/02/09/the-top-10-contenders-to-replace-big-phil-scolari-as-chelsea-manager-115875-21110351/

O QUE SE PASSA NA ARBITRAGEM PORTUGUESA


Eu não sou muito de comentar arbitragens, mas viu tecer um curto comentário acerca deste assunto.

Nos últimos tempos tem sido por demais notória uma quebra nas actuações dos árbitros, com erros graves atrás de erros graves. São erros a mais em poucas semanas e quase todos os clubes do topo se podem considerar prejudicados, se bem que uns mais do que outros, como é o caso Braga que em dois jogos foi tremendamente penalizado, e logo em dois jogos importantes, que poderiam ter deixado a equipa no primeiro lugar da classificação.

Errar é humano e como não estamos a falar de máquinas temos de perdoar e esquecer, pois o erro é inerente à condição humana. As falhas acontecem todos os dias, temos é de procurar evitá-las e nestes últimos tempos parece que a arbitragem está a piorar em vez de melhorar. Tenta apostar-se na profissionalização e tenta-se dar melhores condições aos árbitros mas os resultados não aparecem e semana após semana as equipas continuam a queixar-se de más decisões.

Eu costumo dar sempre o benefício da dúvida aos árbitros, pois estar num campo, debaixo de chuva ou sol intenso e com o público sempre a contestar não é nada fácil e por vezes as posições dos árbitros não são as melhores, logo pode admitir-se um erro ou outro e normalmente com justificação. Por exemplo no caso tão badalado do golo anulado ao Benfica no jogo com o Nacional da Madeira eu consigo compreender a decisão do árbitro e dou-lhe o meu apoio. É uma decisão difícil, mas dada a sua posição no campo e como ele não tem imagens televisivas para julgar, qualquer que fosse a sua decisão seria tolerável. Nesse caso decidiu anular o golo, mas se fizesse o contrário também seria compreensível.

Agora no caso da grande penalidade a favor do Porto no último Porto-Benfica, dada a posição do árbitro no campo, ou seja, ele estava mesmo em cima do lance, talvez a 4 ou 5 metros, ou menos, parece-me pouco compreensível a decisão que ele tomou. Seria de esperar uma decisão dessas se ele se encontrasse a alguns metros de distância, mas não era o caso, pelo que foi uma grande penalidade muito mal assinalada.

Aqui dou apenas dois exemplos de situações que foram contestadas e como eu as avalio. Mas infelizmente têm ocorrido muitas situações destas e como referi o Braga tem sido dos mais penalizados. Não acredito que o seja de propósito, mas o acumular de erros leva sempre a alguma desconfiança. Temos de levantar o moral da arbitragem portuguesa. Há que falar das situações e dos erros em pudor. Analisar a fundo todas as situações para que os mesmos erros não ocorram no futuro.