quarta-feira, 12 de agosto de 2009

O RENASCER DA CENSURA


Estamos em 2009, em plena época pré-eleitoral e parece que querem fazer ressurgir a censura, ou pelo menos temos alguém que se acha com poderes para o fazer.

A última ideia da Entidade Reguladora para a Comunicação Social é fazer desaparecer dos ecrãs todos os comentadores políticos que fazem parte ou fizeram parte de algum partido político, ou que mesmo estando afastados da política activa são conotados com um determinado partido. Segundo a Entidade Reguladora a questão põe-se porque só os maiores partidos é que costumam estar representados nas televisões e que ou se dão oportunidades a todos ou então não se dá a nenhuns.

O princípio parece justo e ético, mas se olharmos com mais atenção revela-se um verdadeiro disparate. Infelizmente e por diversos motivos salvo em épocas especiais como as eleitorais não é possível dar a palavra a todos os partidos. Têm que se privilegiar os partidos com assento parlamentar em relação aqueles que representam meia dúzia de apoiantes e se formos a ver, todos os partidos com assento parlamentar estão representados nas principais estações de televisão.

Penso que é unânime da esquerda à direita que esta situação não deve passar da fase da ideia. É o mais lógico. Nada faz justificar que por ser época de eleições as estações televisivas tenham de mexer nas suas grelhas só porque alguém quer. São programas que acontecem ao longo de todo o ano e que são plurais e diversificados dando a palavra a todas os conceitos e ideologias.

O tempo da censura política já lá vai e não podemos considerar que esses programas sejam campanha eleitoral, mas se o considerarem é campanha para todos os principais interessados. E perdoem-me os pequenos partidos, mas depois da ascensão do bloco de esquerda é muito difícil que o mesmo aconteça com outro pequeno partido, logo não vejo nenhum problema nesse tipo de programas. Como estamos em época eleitoral as estações têm o direito de antena e outros programas em que dão a voz aos pequenos partidos, pelo que ninguém tem motivos para amuar. Vamos continuar como está em prol da liberdade de expressão. Não vivi na época em que não havia liberdade, mas sempre ouvi histórias desse tempo, sendo que não pretendo que em pleno 2009 pretendam voltar a limitar os “media” com decisões sem sentido.

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