quarta-feira, 12 de agosto de 2009

O VERDADEIRO SENHOR TELEVISÃO


A televisão deve movimentar muito dinheiro. Os seus directores de programas e outros directores são tratados como verdadeiros lordes, com ordenados dignos dos melhores gestores do país.

Parece óbvio que estou a falar da TVI e do seu ex-director geral Eduardo Moniz. A sua saída da estação de Queluz traduziu-se num enorme encaixe financeiro acompanhado de um novo e excelente emprego na empresa que supostamente está interessada em adquirir uma percentagem da estação. Em tempos de crise os números envolvidos parecem-me exorbitantes e indecentes, tendo em contas a generalidade da população portuguesa trabalhadora.

Não posso negar que nos últimos anos a TVI cresceu muito e tornou-se uma referência dos “media” em Portugal e muita dessa ascensão deve-se ao seu ex-director geral. Passou de uma estação em crise, com poucas audiências e com uma grelha bastante duvidosa, para uma estação de sucesso, com audiências e passou sobretudo a ser uma televisão de massas como nunca se viu em Portugal. Revolucionou a ficção em Portugal e deu um grande impulso aos nossos novos actores a quem faltavam oportunidades.

Muito se tem falado do ódio entre a estação de Queluz e o nosso primeiro-ministro e que têm existido pressões do governo para que o director-geral fosse afastado do cargo de forma à linha editorial ser alterada. Será que esta mudança tem dedo do governo? Penso que não, mas mesmo assim vem numa altura complicada, podendo levantar algumas suspeições.

Um meio de comunicação social deve ser plural e procurar sempre a verdade dos factos. Não é só uma pessoa que manda. São várias as cabeças por detrás dos conteúdos e para além disso cada jornalista tem de se reger de acordo com o seu código de ética e conduta moral. Não é com saída de um director que a linha editorial vai mudar, pelo menos é isso que todos esperamos. Espero que a TVI mantenha a mesma linha independentemente do director escolhido, senão as suspeitas são válidas. Não é que eu goste da grelha e linha editorial da TVI, mas será coerente a manutenção da estrutura.


No meio desta revolução só falta saber se a Manuela Moura Guedes vai ficar na TVI ou se é desta que ela é afastada de vez. Se calhar até já lhe arranjaram um lugarzinho na nova empresa do marido…

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