quarta-feira, 12 de agosto de 2009

AS LISTAS DA MANELA


Precipitar o fim ou fim precipitado?

É difícil fazer previsões acerca deste tema, mas para quem vê de fora, as listas do PSD revelam erros graves, grandes amizades e pouca razão na hora da escolha.

Toda a gente sabe que a vida política é feita de amizades e que são sempre os amigos ou os amigos dos amigos, ou os amigos dos amigos dos amigos, que são escolhidos para ocupar cargos, mas ninguém esperaria que a actual líder social-democrata optasse por esse caminho, já que ela sempre batalhou pela honestidade e clarividência de escolhas e raciocínios.

Desta vez não compreendo o raciocínio. Não era disto que eu estava á espera. Faltam nomes na lista e não esperava tanta renovação. Será que a bancada é assim tão má? Não me parece. Dá-me ideia que a líder quer lá colocar os seus peões para não ter grandes problemas, mas se ela não ganhar as eleições, o que é o mais provável, o feitiço pode virar-se contra a feiticeira e a precipitar a sua saída do partido.

Um líder partidário, independentemente das suas amizades, deve ter a clarividência necessária para colocar as pessoas correctas em determinados lugares. Pode dar espaço aos seus amigos, mas não deve esquecer totalmente os outros. Esses outros são excelentes guerreiros e têm muita gente do seu lado, que quase de certeza se vão virar contra a líder, não nas eleições mas internamente. Se as eleições correrem bem a coisa até que se compõem, mas se correrem mal o descontentamento vai ser generalizado.

Já se começam a ouvir bastantes vozes contra a líder o que não é nada bom em tempo de eleições. Nesta fase o partido deveria estar completamente unido em torno de objectivos comuns, que parecem não existir e neste momento cada um rema para seu lado. Quem vai sofrer com esta estratégia é o partido. Vamos ver como as coisas correm, mas desde já me parece que a estratégia seguida pela líder não é a correcta e não nesse PSD que as bases se revêem. As bases querem um PSD íntegro e plural. Integridade foi sempre transmitida pela líder e é um dos seus pontos fortes. Agora parece-me que em termos de pluralidade está a faltar muita coisa.

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