sexta-feira, 19 de setembro de 2008

ATÉ QUANDO A BOLHA VAI AGUENTAR?


Depois da falência do Lehman Brothers e da crise na AIG salva mesmo a tempo pela reserva Federal, a questão que surge é até quando isto se vai aguentar? Até quando vai ser possível continuar a injectar dinheiro nos mercados? Não sabemos essa resposta, mas o que se sabe é que hoje vários bancos centrais mundiais injectaram vários milhões de euros nos mercados na tentativa de aliviar a pressão existente nos mercados. Será esse dinheiro suficiente? Será esse o caminho? Parece que para já esse dinheiro é muito bem-vindo e vai dar para suprir algumas necessidades urgentes de diversas instituições financeiras, mas a longo prazo a situação vai voltar a agudizar-se pelo que são necessárias medidas de fundo que alterem o panorama mundial e isso vai levar algum tempo a acontecer.

Nos últimos anos o preço do dinheiro tem aumentado muito e o que até há bem pouco tempo era fácil de adquirir pelos consumidores, tornou-se actualmente um verdadeiro pesadelo, pois com as subidas as famílias deixaram de ter capacidade de pagar as casas que compraram e que não deveriam ter comprado e desta forma os bancos ficam com as hipotecas nas mãos mas nunca conseguirão vender as casas pelos preços de aquisição, uma vez que estes têm baixado muito, sobretudo nos estados Unidos onde esta onda de crise se levantou. Parece estender-se para a Europa, mas na maioria dos países ainda não se nota uma descida dos preços das casas, pelo menos em Portugal essa descida é muito ténue e mal se sente.

Com o preço que o dinheiro atingiu na última década e meia as famílias sentiram que podiam fazer alguns esforços extra, pois não contavam que a conjuntura económica se alterasse tanto, mas como a economia é uma ciência muito pouco previsível o melhor é jogarmos sempre pelo seguro e não irmos muito para além das nossas possibilidades. Devemos evitar taxas de esforço elevadas para que em situações de subida das taxas de juro possamos fazer-lhes frente sem termos a corda no pescoço. Em Portugal a situação não é preocupante, mas temos muitas famílias com baixo poder de compra, em que o casal ganha dois ordenados mínimos que adquiriram casas próprias e a curto prazo essas famílias poderão estar em risco. É que não são só os aumentos. A isto temos de juntar a taxa de desemprego, que faz com que as famílias deixem de ter a liquidez desejada, sobretudo para encararem o futuro.

A situação é delicada e merece a atenção de todos, embora pouco possamos fazer. O conselho é não entrarmos em loucuras. A situação não pode continuar assim para sempre e devemos ter esperança num voltar à normalidade, se bem que isso poderá levar muitos anos a acontecer. Um dado curioso a reter no meio disto tudo é que a AIG apesar da crise não rompeu o contrato milionário que tem com o Manchester United, o que causa alguma estranheza. Em tempo de crise e de poupança não seria um investimento a repensar. Será que é mesmo necessário esse contrato de patrocínio? É certo que é uma gota no imenso Oceano das contas da AIG, mas não deixa de ser dinheiro que pode ser usado para outras necessidades bem mais importantes para a empresa.

http://tsf.sapo.pt/PaginaInicial/Economia/Interior.aspx?content_id=1014889
http://www.euronews.net/pt/article/18/09/2008/equities-still-in-turmoil-despite-central-bank-actions/
http://www.portaldefinancas.com/bcocentrais.htm
http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Economia/Interior.aspx?content_id=1014879
http://www.ecb.int/ecb/html/index.pt.html
http://www.boj.or.jp/en/
http://www.bportugal.pt/
http://www.federalreserve.gov/
http://www.tvi.iol.pt/informacao/noticia.php?id=992560
http://www.euribor.org/

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