segunda-feira, 18 de agosto de 2008

O PRESERVATIVO NÃO ESTÁ NA MODA


Li hoje uma notícia que me deixou bastante alarmado, que foi o facto da venda de preservativos em Portugal estar a diminuir drasticamente, o que representa um sério problema de saúde pública.

Este dado agora divulgado pode ter várias leituras, sendo que uma delas está relacionada com crise que se vive na nossa sociedade e o elevado preço dos preservativos, que nem IVA 5% têm. Este facto é muito importante, mas quanto a mim não é o principal factor. É certo que os preservativos são demasiadamente caros e que o governo deveria fazer um esforço para tentar baixar o seu preço e aumentar também a distribuição gratuita, mas o preço é quanto a mim o menor dos problemas.

Para mim existe na grande maioria dos portugueses a noção que as coisas más e desagradáveis só acontecem aos outros, logo para quê apostar na prevenção se isso é um problema dos outros, se isso é um problema dos homossexuais, se isso é um problema dos toxicodependentes. Infelizmente este tipo de ideias é muito frequente na nossa população, o que dificulta em larga escala a adopção de comportamentos responsáveis.

A prevenção das doenças sexualmente transmissíveis deve ser um objectivo de todos e aqui incluímos uma série de doenças e não apenas a SIDA, que provavelmente é a mais conhecida de todos, talvez por ser a mais incapacitante ou diria mais, por ser a mais estigmatizante socialmente, por ser a que mais afecta as pessoa do ponto de vista social, pela discriminação que os seropositivos sofrem e pelas oportunidades que eles perdem, quer pela degradação da sua saúde, quer pela maldade dos outros.

Temos de efectuar novamente uma aposta forte na prevenção e nas acções de sensibilização. E estas acções devem ser para toda a população, já que não são só os mais novos que têm relações sexuais desprotegidas. Com o uso cada vez mais frequente de substâncias como o Sildenafil, vulgarmente conhecido por Viagra, a idade com que se tem relações sexuais aumentou bastante sobretudo para os homens, mas também para as mulheres e os homens e mulheres mais velhos têm muito menos noção das doenças sexualmente transmissíveis do que os mais novos, pelo que não se devem descorar todas as classes da população.

As pessoas devem confiar umas nas outras e devemos ter confiança no nosso parceiro sexual, mas o facto de não se usar preservativo não é um acto de confiança, mas sim um acto de burrice e irresponsabilidade. Se querem ter relações sexuais sem protecção que o façam conscientemente e peçam testes de marcadores virais, mas mesmo assim não nos podemos esquecer de algumas doenças fúngicas ou virais que escapam a esses testes. Por isso pelo sim pelo não o uso de preservativo deve ser a opção mais correcta. Claro que naqueles casos em que se fizeram marcadores virais e outros despistes e está tudo bem, o uso ou não deve ser da vontade dos parceiros sexuais, mas em todos os outros casos o não uso é uma atitude irreflectida que pode marcar para sempre a vida das pessoas envolvidas.

O preço dos preservativos é elevado e devemos lutar para que este baixe, mas em alternativa temos sempre os que são distribuídos gratuitamente nos centros de saúde e nas várias associações. Podem não ser suficientes, mas tenho a certeza que são de qualidade e não podemos pensar como alguns, que dizem que os preservativos nos centros de saúde não são de boa qualidade. É uma falsa questão e muitas vezes o que acontece é que as pessoas têm vergonha de se deslocarem aos centros de saúde e pediram os ditos preservativos.

Os preservativos distribuídos são de boa qualidade e de uma vez por todas as pessoas devem assumir os seus actos com maturidade e devem pensar muito bem na sua vida. Se querem ter relações sexuais de uma forma consciente e protegida devem perder as vergonhas. Se querem arriscar as suas vidas, fazem muito em não comprar preservativos e com isso aumentarem as estatísticas das doenças infecciosas como o HIV no nosso país, que neste momento é um dos que têm maior taxa de propagação da doença no mundo ocidental.

http://www.roche.pt/sida/o_que_e_a_sida/
http://www.sida.pt/
http://www.min-saude.pt/portal/conteudos/enciclopedia+da+saude/doencas/doencas+infecciosas/sida.htm
http://www.ligacontrasida.org/
http://www2.fcsh.unl.pt/cadeiras/ciberjornalismo/ciber2000/sida/portu1.htm
http://www.notapositiva.com/trab_estudantes/trab_estudantes/biologia/biologia_trabalhos/doencassextransm.htm
http://www.sexualidades.com/sections.php?op=listarticles&secid=6
http://portugalgay.pt/dst/
http://www.educacao.te.pt/jovem/index.jsp?p=111&id_art=218
http://www.ex-aequo.web.pt/sexoseguro.html
http://aeiou.expresso.pt/gen.pl?p=stories&op=view&fokey=ex.stories/391334
http://www.aidscongress.net/pdf/212.pdf
http://www.srcamisa.com/

Sem comentários: