domingo, 10 de agosto de 2008

O DEFESO DOS GRANDES EM PORTUGAL


Este último defeso tem sido bastante animado com bastantes casos entre dirigentes, jogadores, árbitros, juízes, enfim entre a nata do meio futebolístico. São já vários os guiões dignos de filmes de “Holywood” que se poderiam escrever tendo por base o nosso futebol, que no capítulo dos casos é um dos melhores e mais animados da Europa. Quando no campo não somos os melhores, temos de encontrar sempre uma maneira de sobressair, mesmo que isso manche o bom nome do nosso país e daqueles que no futebol gostam daquilo que fazem e se esforçam por o fazer bem.

Nos 3 grandes aconteceram situações dignas de registo, sendo de realçar a pouca convicção com que os seus jogadores representam as suas camisolas, dada a enorme vontade que assumem em relação a sair dos clubes e voarem para outras paragens.

O Benfica foi até ao momento aquele que mais contratações fez, o que por um lado é lógico já que foi dos três aquele que alcançou piores resultados no ano anterior. Mas por outro lado é bom questionar acerca do dinheiro gasto e se o Benfica pode ou gastar esse dinheiro. O Benfica foi um clube que na época passada denotou algumas carências e alguma falta de jogadores em determinados momentos da época, mas de um momento para o outro o plantel passou de vinte e poucos para quase quarenta jogadores. Fiquei um pouco espantado com tal quantidade de jogadores, já que com a sua qualidade não me espantei quase nada.

O Benfica já conseguiu colocar alguns desses jogadores excedentários, mas mesmo assim tem ainda vários jogadores para colocar. Em relação à saída definitiva do Nuno Assis causa-me alguma estranheza. É um jogar de muito potencial, que honra a camisola, que dá sempre o máximo nos jogos, que tem boa técnica, que esteve muito tempo parado na época passada e a quem não se deu uma oportunidade este ano. E por outro lado temos um jogador chamado Pedro Mantorras, que teima em continuar no Benfica, ou melhor, o presidente do clube teima em manter o jogador, que neste momento não tem categoria para o Benfica e se calhar não lhe fazia nada mal rodar por outros clubes para ver se voltava à forma que o fez ser reconhecido. Todos sabemos que isso é impossível, mas se voltasse a 70% dessa forma já seria bastante bom e no Benfica não o vai conseguir fazer, uma vez que a concorrência é muita e de qualidade, pelo menos de qualidade superior à do Pedro Mantorras, o que neste momento não é difícil.

Em relação a jogadores com vontade sair não houve assim nenhuma situação muito polémica no Benfica e sabemos que em relação ao Luisão já há muito se fala numa hipotética transferência, só não se sabe para onde. Falou-se num clube da NBA, mas dada a sua forma actual esse clube recuou na proposta. Por isso acho que resta ao Luisão continuar a passear-se pelo Benfica, que é um clube sossegada, onde as pessoas o apreciam e onde se toleram relativamente bem os seus erros.

O único que mostrou mesmo vontade em ir embora foi o grego Katsouranis, que quer ir para a Grécia para junto da família, pois isto de um homem estar sozinho em Portugal sem uma mulher para lhe fazer companhia não dá com nada e há coisas que têm de ser feitas no local não podendo ser feitas por telemóvel, que é o brinquedo preferido dos futebolistas.

Já me esquecia do caso que envolveu dois dos grandes. O caso do Senhor Rodrigues, aquele uruguaio com cara de carneiro mal morto, que parecia estar sempre a arrastar-se pelos relvados, mas que de vez em quando ainda fazia qualquer coisa de jeito. Pois é, esse trocou Lisboa pelo Porto e ao contrário da maioria não apanhou um avião de longo curso. Bastou-lhe ir de alfa pendular até ao Porto. Esta foi uma pequena novela, já que o jogador dizia que ia assinar pelo Benfica, que estava muito satisfeito no clube, que em Portugal não lhe passaria pela cabeça representar outro emblema, que o dinheiro não era problema, mas que quando lhe acenaram com mais alguns euros e lhe disseram que o Porto ficava mais próximo d Uruguai, este não hesitou e apanhou o primeiro comboio para a Invicta.

O Porto este ano ainda não comprou muitos jogadores e ao que parece já não o deverá fazer, o que contrasta com o que costuma ser o mercado de jogadores das Antas, que rivaliza e de que maneira com o mercado do Bolhão, dada a quantidade de jogadores que são transaccionados. Aquilo lá pelos lados das Antas às vezes mais parecia um Entreposto comercial, mas este ano parece que o entreposto se mudou para Lisboa. Se calhar foi para poupar combustíveis, já que Lisboa fica um bocadinho mais central.

Entraram algumas caras novas no Olival, mas também saíram dois ou trás jogadores. Contratações sonantes parece que foi aquela que fizeram aos estúdios da “Marvel”, com a contratação daquele homem verde, o incrível “Hulk”. Os adeptos do Porto esperam que ele apenas amedronte os adversários e marque uns golitos, pois eles gostavam de continuar a ir às Antas ver os jogos. Vamos lá ver se este novo herói não passa dos livros e se eclipsa lá para o Norte, pois para muitos este é um digno sucessor do Supermário. Correm boatos que já chegaram ao Porto vários camiões carregados de pó de marcar as linhas, com medo que este novo jogador se confunda. Como o comparam ao Supermário têm de se acautelar.

Mas a grande novela tripeira passa-se com o grande Quaresma, o homem da trivela, que quer ir fazer aquelas habilidades para outras paragens e não querem deixar ir. Dizem que para um jogador tão habilidoso 20 milhões de euros não são suficientes. Pois eu digo-vos mais, para tantas habilidades até 100000 euros chegavam e o Chen já mostrou vontade em poder contar com o artista por uma verba um pouco superior, caso este não vá para junto do Mourinho. Vamos ver se a coisa se resolve, pois o jogador tem treinado muito e jogado pouco durante esta pré-época, pelo que era bom que o despachassem já antes que a coisa comece e ele não tenha o ritmo devido.

Lá para as bandas de Alvalade é que as coisas têm sido muito fraquinhas, claro está no que a reforços diz respeito, porque fora do campo os adeptos têm andado muito nervosos com o menino bonito de Alvalade, ou melhor o menino querido, pois o bonito é outro modelo.

Dinheiro para contratações não abunda, por isso postou-se nos regressos a casa, como foi o caso do brasileiro Rochemback, do Marco Caneira e do Hélder Postiga. Mas este último não tem nada a ver com o Sporting, pelo que deve ter sido um engano. Deve ter apanhado o autocarro errado e veio parar a Alvalade em vez de ir para Vila do Conde ou para a Póvoa de Varzim. Lá é que ele estava bem, pertinho de casa.

Enquanto que uns regressam a casa, outros parecem estar fartos da casa e querem ver o Sporting por um canudo, ou melhor ainda, querem vê-lo só pela televisão ou quando vierem a casa ver a família, mas apenas por curtos períodos. Falou-se que o rapaz da moda queria ir para Milão, ou pelo menos queriam levá-lo para lá, para os desfiles de moda, mas o jogador disse que para isso não, que ou ia desfilar para San Siro ou nada feito, e então acabou por ficar por Lisboa. Não é que a moda Lisboeta e Portuguesa se possa comparar com a Italiana, mas sempre é melhor que nada.

O outro caso bicudo para as bandas de Alvalade foi com o capitão João Moutinho que disse claramente que queria ver o Sporting pelas costas. Bem, não foi bem assim, disse que queria ir jogar para campeonatos mais competitivos, e como tinha uma proposta de Inglaterra, que preferia ir para lá. Isto caiu muito mal na toca do leão, mas parece que este último jogo serviu para uma certa reconciliação. Parece que lhe deram uma grande penalidade para ele marcar de forma a se poder reconciliar. Há formas mais bonitas de reconciliação, mas uma grande penalidade também serve.

Vamos lá ver se tudo acaba em bem e se o jogador continua a ser o queridinho de Alvalade.

E foi assim o defeso no nosso país, cheio de novelas, sem falar naquelas confusões que envolvem os dirigentes, pois essas são mega-novelas. Fico-me pelas novelas dos mercados de transferências que são bem mais salutares e não põem em causa o bom nome do país.

Sem comentários: