sábado, 26 de abril de 2008

E JÁ TEMOS SANTANA LOPES

E após alguns dias de indefinições, Santana Lopes finalmente anunciou que irá ser candidato a presidente do PSD. Será que apanhou alguém de surpresa? Penso que não, já que a partir do momento em que ele se colou a Menezes ou que Menezes se tenha colado a ele, era de prever que mais cedo ou mais tarde a coisa se virasse para Santana, já que este sempre ambicionou ser presidente do PSD com mais estabilidade do que aquela que havia quando ele chegou a primeiro-ministro. Mas será que o momento é o mais oportuno?

Se há uns anos atrás não foi o momento dele, também tenho sérias dúvidas de que o será agora, já que a sedimentação no interior do partido até é muito maior neste momento do que o era nessa altura, mas vamos ver até onde pode chegar este Santana, tão próximo que estava de Menezes. Não será melhor romper com o passado recente? Acho que é o caminho inevitável e neste momento Santana Lopes faz parte desse passado e mesmo não sendo o responsável pelas políticas que estavam a ser seguidas, nem ser o maior alvo das críticas internas, está conotado com a anterior liderança, pelo que isso deverá pesar o suficiente na decisão das bases.

Em relação a este candidato até o acho uma pessoa com carisma e bastantes capacidades, não me importando nada de o ver como presidente do partido. Mas a altura parece não ser novamente a ideal para a ascensão de Santana, que muitos podem ver como uma traição a Menezes, e que nunca saberemos se foi ou não, já que ninguém o vai admitir.

Em suma, a luta intra-partidária vai animada e até ao dia 30 de Maio ainda poderemos vir a ter mais alguns coelhos a saírem da toca, o que só mostra o clima de instabilidade que se vive no partido. Assiste-se a uma divisão tal, que nunca se viram assim tantos candidatos, sendo difícil escolher um que unifique o partido, já que são muitos e todos eles com uma base de sustentação relativamente sólida, o que nos permite antever acesos confrontos para a liderança, mas penso que o mau momento do partido não se vai resolver para já, dado que o candidato que for escolhido não vai ser consensual, pelo menos para a maioria, já que é impossível ou quase impossível obtermos uma unanimidade e ainda bem que assim o é, mas pelo menos deveríamos ter uma maioria ao lado de um presidente, para ele poder ser oposição em paz, que é isso que o líder do partido tem de ser. Tem de haver estabilidade interna para que o líder possa encetar os combates políticos com o PS de Sócrates, de forma a tentar inverter a tendência das eleições de 2009.

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