
E os exames lá vão a bom ritmo já quase a terminarem, mas nem tudo têm sido rosas, já que é difícil evitar os espinhos. E neste caso o espinho da senhora ministra da educação e do senhor primeiro-ministro continua a ser a malfadada matemática, que tanta tinta tem feito correr, mas no horizonte não se vislumbram alternativas para os péssimos desempenhos.
Mas parece que a alternativa foi encontrada, como se de um coelho saído da cartola se tratasse e foi nada mais, nada menos do que facilitar, ou melhor, fazer um exame fraquinho, acessível ao mais cábula e distraído dos alunos. Será este o caminho? Será que a vida é só facilidades? Será que só as estatísticas contam para os nossos governantes.
Em primeiro lugar nunca gostei de facilidades e penso que não é no tipo de exame que está o problema da matemática, já que os exames dos anos anteriores não têm sido assim tão difíceis. O problema da matemática são as tão proclamadas bases, são a péssima formação básica que temos, associada ao deixa andar que caracteriza uma grande percentagem dos nossos alunos. A matemática não se decora, não se estuda em 3 ou 4 horas. Ela requer um aperfeiçoamento contínuo ao longo dos anos, sobretudo trabalho prático, que a maioria evita porque dá muito trabalho. Por isso senhora ministra, não é com facilidades que se preparam os nossos novos cidadãos.
Estas facilidades concedidas neste exame nacional só revelam o interesse que o nosso governo tem nas estatísticas, pois pela primeira vez em muitos anos vamos ter uma taxa elevada de aprovações a este exame, o que merece festejos. Claro que não merece festejos nenhuns e de certeza que só as mentes iluminadas dos nossos governantes é que se vão congratular com esses resultados, porque todas as pessoas minimamente preocupadas com o ensino em Portugal se vão preocupar com a falta de respeito revelada, quer para com as outras disciplinas, que para com todos aqueles que têm feito exames nos anos anteriores, quer para com todos os portugueses que se esforçam para progredirem na sua formação. A educação não é um número por muito que se queira fazer parecer. O que nos interessa que tenha havido muito sucesso nos exames se esses resultados são falsos e se os alunos não souberem verdadeiramente as matérias leccionadas. Não vale de nada, pois se o pessoal dos números daqui a um mês ou dois fizeram uma pergunta saída no exame deste ano ou num de anos anteriores aos alunos do 12º ano, de certeza que a maioria desses bons alunos a matemática já não saberá responder e isso a mim preocupa-me bastante.
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