sábado, 31 de maio de 2008

O CAOS NOS BOMBEIROS

As associações de bombeiros portuguesas têm um papel muito importante na sociedade portuguesa, quer no socorro a doentes, quer no socorro a sinistrados, quer no transporte de doentes, quer no combate a incêndios, quer nas mais variadas acções de protecção civil, quer num sem número de actividades em prol das comunidades.

Toda a gente fala dos Bombeiros e da sua importância, mas há um aspecto que fica no ar. Será que os Bombeiros são independentes, ou fazem parte do Ministério da Administração Interna (MAI)? Eu tenho dúvidas, mas pelo que sei são na sua maioria associações sem fins lucrativos, que recebem subsídios do MAI, que andam sempre atrasados e que não chegam para cobrir as despesas que os Bombeiros têm diariamente em prol das comunidades e na defesa da protecção civil.

O que eu quero dizer é que o MAI tem muitas responsabilidades nos Bombeiros e que não me cabem na cabeça as noticias que chegam todos os dias a dizer que as corporações não têm dinheiro para pagar os combustíveis e sem estes os carros não andam. Logo o socorro fica seriamente comprometido. Na minha opinião e como os Bombeiros não são provados e na sua maioria não têm fontes de rendimento próprias deveria ser o MAI a pagar a despesa dos combustíveis sem qualquer espécie de discussão.

Ora vejamos, se os Bombeiros vão socorrer um doente ou um acidentado, necessitam de levar ambulâncias, carros de desencarceramento, logo necessitam de gastar combustível. O serviço que desempenham é de protecção civil, é de interesse público, por isso tem de ser o MAI a pagar a despesa, dado que é da responsabilidade do estado assegurar este tipo de socorro às populações. Eu sinceramente não consigo perceber como é que o governo deixa chegar a situação ao ponto de as corporações não terem dinheiro para os combustíveis. Todos os serviços que são desempenhados pelos Bombeiros para as populações substituindo o estado têm que ser pagos. Os serviços que são feitos a associados ou a particulares devem ser pagos por estes, mas não é isso que está em causa.

O MAI tem de arranjar formas de financiar os combustíveis dos Bombeiros, mas não é pagar uma ou duas vezes por ano. Tem de pagar mensalmente ou semanalmente, ou ter protocolos com a GALP, da qual é accionista de forma a que os combustíveis para este tipo de forças, bem como para as forças de segurança serem mais baratos e não faltarem como acontece actualmente. A protecção civil é da responsabilidade do governo e todos os portugueses têm direito a ela, logo o governo tem de financiar todo esse sistema. E não nos podemos esquecer a tremenda ajuda que os Bombeiros são pelo facto de serem voluntários, havendo apenas a necessidade de se pagarem os combustíveis. Será que o nosso país não pode suportar essa factura? Claro que pode. Nunca ouviram falar que tenham faltado os combustíveis aos carros excessivamente gastadores e poluentes que fazem parte da frota dos ministros. Daí que se não falta para esses, também não pode faltar para aqueles que trabalham e se esforçam em prol das populações.

Estamos a entrar na época dos incêndios florestais e não podemos permitir que sejam os corpos de Bombeiros a suportar a despesa dos combustíveis, já que eles têm de sair para os incêndios, têm de efectuar patrulhamento e com essas acções proteger o que é de todos nós, pelo que é da responsabilidade nacional pagar oportunamente esse combustível. É o desígnio nacional que está em causa e a sobrevivência dos nossos recursos naturais. Não podemos permitir que o MAI se demarque dos seus deveres e não pague a horas a factura dos combustíveis. Sabemos que a conjuntura nacional não é fácil, mas não é nos Bombeiros que se pode poupar. Há outras áreas onde se poderá poupar sem causar inconvenientes para as populações. Espero que a situação seja oportunamente resolvida de forma a não causar transtornos em mais uma época de incêndios florestais. Não queremos ver os carros parados nos quartéis em vez de estarem a patrulhar as nossas florestas.

Sem comentários: