Já se torna um hábito diário ouvir alguém falar acerca dos combustíveis e da crise económico-social por eles desencadeada. O nosso país e o mundo mergulham a passo largo numa crise global e difícil de parar, pelo menos enquanto estivermos tão dependentes do petróleo, só se vislumbrando um fim para quando existirem alternativas viáveis, que nos permitam viver e produzirmos sem estarmos dependentes deste ouro negro cada vez mais escasso e que sabemos finito.
Em Portugal assistimos a aumentos quase diários no preço da gasolina e do gasóleo, sendo que a última vez que atestei o depósito do meu carro gastei cerca de 55 euros e só coloquei 39 litros de gasóleo, a um preço de 1.426 por litro. Ainda há bem pouco tempo, com os mesmos 55 euros podia colocar cerca de 60 litros do mesmo líquido. Assistimos a um aumento vertiginoso dos combustíveis que está a levar o país a uma inércia económica, a uma recessão tão temida por todos e que como é óbvio vai começar por afectar mais rápida e directamente as classes mais desfavorecidas e com menor suporte financeiro, que são os milhares de pessoas que vivem com o ordenado mínimo nacional.
Infelizmente a nossa economia é dependente do petróleo e todo o processo desde a produção ao consumidor final depende dessa matéria-prima, que move as indústrias, que move a distribuição, que move os consumidores. A dependência é excessiva e seria de esperar que já existissem mais alternativas viáveis ao petróleo, que permitissem às empresas um menor gasto em energia. Mas ainda não temos essas alternativas e com isto tudo todos os produtos produzidos tendem a aumentar de preço, já que é impossível produzir e não se ter lucro, pois sem lucro as empresas acabam por fechar e com o seu fecho são atirados milhares para o desemprego, e consequentemente deixam de ter poder de compra e quem sente também são as lojas e os supermercados. Enfim é uma grande bola de neve que conduz ao caos económico e que para muitos é inevitável, mas que quanto a mim pode ser minimizado.
Existem no seio das comunidades académicas e universitárias espalhadas pelo mundo dezenas de projectos inovadores de economia energética. Por que não começarmos a recorrer a essas ideias. Será que não chegou o ponto de ruptura, em que temos de procurar incessantemente novas alternativas. Eu penso que esse ponto já chegou há muito tempo e é a hora de mudarmos as mentalidades e de investirmos em tecnologias amigas do ambiente. Uma das indústrias mais poluidoras é a automóvel, não só ao nível da produção, mas pelo impacto posterior das dezenas de biliões de carros que circulam todos os dias nas nossas estradas. Existem diversos projectos de carros com motores económicos com baixos gastos de combustível, que devem ser adoptados rapidamente em grande escala, pelo que se deve investir na investigação de forma a introduzir esses novos motores e essas novas tecnologias nos nossos automóveis do dia-a-dia. Inicialmente este tipo de decisões vai acarretar um grande investimento por parte das empresas do ramo automóvel, mas a curto prazo esse investimento vai ser recuperado, com um novo ânimo da economia, com mais unidades vendidas e sobretudo com um ambiente muito mais saudável e que nos permita habitarmos este planeta por muitos anos.
A crise existe e está a instalar-se cada vez mais confortavelmente, pelo que as decisões de fundo têm de ser tomadas. Não passa por uma baixa de impostos, mas sim por mudanças de fundo na política energética. De que vale baixar os impostos se isso iria fazer com que as pessoas comprassem mais combustíveis e poluíssem mais. O que nós queremos é que a procura seja cada vez menor e que existam alternativas.
Não nos podemos esquecer que os impostos são os mesmos há muito tempo e que incidem sobre os preços a que os combustíveis são vendidos. Não podemos dizer que a culpa é do governo pois os impostos são os mesmos, os preços base é que estão constantemente a aumentar e com isso os únicos beneficiados são as grandes petrolíferas, já que o petróleo está praticamente ao mesmo preço em euros e eles cada vez aumentam mais os preços. Estas empresas têm de ter um pouco de preocupação social e em vez de lucrarem 500 ou 600 milhões de euros por ano em Portugal, se calhar se lucrarem 300 ou 400 também é muito bom e todos nós saímos beneficiados.
Vamos lutar pelo nosso ambiente. Isso sim é o mais importante!!
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